EUA

Escritório de contabilidade abandona Organização Trump por falta de transparência

O escritório de contabilidade contratado por Donald Trump não tem mais o ex-presidente americano como cliente, alegando não poder confiar nas suas demonstrações financeiras

Agence France-Presse
postado em 15/02/2022 18:16 / atualizado em 15/02/2022 18:16
 (crédito: Saul Loeb/AFP)
(crédito: Saul Loeb/AFP)

O escritório de contabilidade contratado por Donald Trump não tem mais o ex-presidente americano como cliente, alegando não poder confiar nas demonstrações financeiras que sua organização forneceu-lhes por uma década - revelam documentos judiciais divulgados na segunda-feira (14).


Na semana passada, o Mazars Group informou, em uma carta enviada à Organização Trump, que deixaria de trabalhar para a empresa, investigada pela Procuradoria de Nova York por suspeita de sonegação fiscal.


A carta foi revelada no tribunal pela procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, quando ela solicitou a um juiz que obrigasse Trump a cumprir as intimações para testemunhar no âmbito da investigação.


Em janeiro, Letitia James afirmou que sua investigação sobre a empresa da família Trump descobriu "provas significativas" de práticas comerciais enganosas, incluindo a avaliação fraudulenta de ativos.


Na carta, o grupo dizem que as descobertas da equipe da procuradora James contribuíram para sua decisão de considerar que as contas de Trump entre 30 de junho de 2011 e 30 de junho de 2020 "não deveriam mais ser confiáveis".


A empresa de contabilidade acrescentou que sua própria investigação e "informações recebidas de fontes internas e externas" também pesaram para se chegar a esta conclusão.


"Embora não tenhamos concluído que as várias demonstrações financeiras, tomadas como um todo, contenham discrepâncias significativas, com base nas circunstâncias, acreditamos que nosso conselho de não confiar mais nessas demonstrações financeiras está justificado", explicou o grupo.


A Organização Trump disse estar "decepcionada" com a decisão de Mazars de cortar os laços.


Em um comunicado, um porta-voz da empresa disse que a carta do Mazars "confirma" que a empresa de contabilidade fez seu trabalho "com todos os padrões e princípios contábeis aplicáveis" e observou que os "demonstrações financeiras não contêm discrepâncias materiais".


A Organização Trump é suspeita de superfaturar o valor de certas propriedades, ao solicitar empréstimos bancários, e de subvalorizar essas mesmas propriedades perante a Receita Federal para pagar menos impostos.


Além da investigação civil promovida por James, a Organização Trump é alvo de uma investigação criminal por parte da Promotoria de Manhattan. O ex-presidente alega que as investigações contra ele têm motivação política.

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