A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) planeja reforçar sua presença militar no leste da Europa para responder à ameaça russa, que se tornou "o novo normal" no continente, disse, ontem, o secretário-geral da organização transatlântica, Jens Stoltenberg.
Stoltenberg denunciou a "nova normalidade para a segurança" na Europa imposta pela Rússia, que consiste em "contestar os princípios fundamentais com o uso da força".
Sobre as supostas retiradas dos soldados russos, declarou: "Não verificamos nenhuma desescalada no terreno até agora. Pelo contrário, parece que a Rússia continua reforçando sua presença militar".
"Aumentamos [...] nossa presença no leste e planejamos aumentá-la ainda mais. A Romênia está pronta para sediar uma força-tarefa, a França está pronta para liderá-la e vários aliados querem participar dessa força multinacional, mas nenhuma decisão foi tomada, nenhuma decisão final", disse Jens Stoltenberg após uma reunião dos ministros da Defesa da Otan em Bruxelas.
"Para garantir a defesa de todos os aliados, estamos destacando forças terrestres adicionais na parte leste do território da Aliança e recursos marítimos e aéreos adicionais [...] e aumentamos o nível de preparação de nossas forças", explicaram os ministros em uma declaração conjunta adotada por unanimidade.
A Otan observa "a manutenção de uma força de invasão maciça (russa) pronta para atacar" nas fronteiras da Ucrânia, enfatizou Jens Stoltenberg. "Moscou concentrou forças para tentar intimidar e fazer com que suas demandas fossem aceitas. Não sabemos o que vai acontecer, mas a Rússia já mostrou no passado que estava disposta a usar a força", ressaltou. "Não estamos esperando que os eventos aconteçam", insistiu.
Segundo ele, o fato de a Rússia estar reunindo tropas e ameaçando países independentes e aliados "é, em si, muito sério". "Isso nos obriga a fazer ajustes (das capacidades de defesa) a longo prazo", disse.
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