Crise na Ucrânia

Em reunião na ONU, Rússia deve acusar militares da Ucrânia de 'crimes', diz 'WSJ'

A Rússia apresentou um relatório às Nações Unidas alegando que os militares da Ucrânia cometeram "crimes" contra moradores da região leste de Donbass

Agência Estado
postado em 17/02/2022 16:00 / atualizado em 17/02/2022 16:00
Em reunião na ONU, Rússia deve acusar militares da Ucrânia de 'crimes', diz 'WSJ' -  (crédito: Sergey BOBOK / AFP)
Em reunião na ONU, Rússia deve acusar militares da Ucrânia de 'crimes', diz 'WSJ' - (crédito: Sergey BOBOK / AFP)

A Rússia apresentou um relatório às Nações Unidas alegando que os militares da Ucrânia cometeram "crimes" contra moradores da região leste de Donbass, de acordo com documentos analisados pelo The Wall Street Journal (WSJ). O embaixador russo deve criticar a Ucrânia e as nações ocidentais na ONU, nesta quinta-feira, 17, sobre a situação dos falantes russos no leste ucraniano, mostram os documentos. Os arquivos em questão alegam "genocídio da população da língua russa" em Donbass.

Em resposta, a fala do secretário de Estado americano, Antony Blinken, deve se dar como parte de um esforço crescente de Washington para neutralizar o que vê como "desinformação russa", que poderia servir de pretexto para uma nova guerra na Ucrânia.

O governo ucraniano disse que áreas controladas por Kiev na região de Luhansk sofreram bombardeios contínuos na manhã desta quinta. Um ataque direto a um jardim de infância na cidade de Stanytsia Luhanska feriu dois professores, disseram os militares. O bombardeio também destruiu uma casa no vilarejo de Vrubivka e atingiu o pátio de uma escola secundária. Não havia informações imediatas sobre vítimas no local, segundo a administração civil-militar local.

Essas trocas ocorreram regularmente nos anos desde que o conflito em Donbass começou em 2014, apesar de um cessar-fogo ter sido acordado um ano depois. Ocasionalmente combates de maior escala se irrompem, mas no amplo impasse atual, o risco que carregam é maior.

'Ataque a qualquer momento'

Vice-porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre afirmou nesta quinta-feira que o governo dos Estados Unidos considera que, no quadro atual, um ataque da Rússia contra a Ucrânia "pode ocorrer a qualquer momento", com o uso de algum "falso pretexto" para justificá-lo. Ela falou a repórteres a bordo do avião presidencial, que seguia para Cleveland, Ohio.

Karine Jean-Pierre disse que os EUA têm "preocupações sérias" com a movimentação de milhares de soldados russos perto da fronteira ucraniana. Segundo ela, a imprensa estatal russa deve publicar mais informações falsas nos próximos dias, para eventualmente justificar uma ação. Esse falso pretexto da Rússia poderia vir "de várias formas", comentou.

Questionada sobre a expulsão do vice-embaixador americano na Rússia, ela disse que foi uma decisão "não provocada" pelos EUA. A porta-voz garantiu que os Estados Unidos seguem comprometidos com a diplomacia e que o secretário de Estado, Antony Blinken, deixará isso claro hoje em declarações no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

'Shutdown'

Jean-Pierre ainda comentou sobre o risco de paralisação parcial ("shutdown") do governo americano no fim desta semana. Segundo ela, a Casa Branca tem trabalhado com os membros do Congresso para que seja votada uma lei a fim de financiar o governo, evitando o problema, mas a porta-voz não deu mais detalhes sobre a negociação.

A porta-voz ainda criticou o Irã. Segundo ela, o país tem acelerado seu programa nuclear e reduzido a cooperação para permitir seu monitoramento. Os EUA abandonaram o acordo multilateral sobre o programa nuclear iraniano, ainda sob Donald Trump, e agora há negociações sobre o eventual retorno dos americanos à iniciativa. Com informações da Dow Jones Newswires.

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