Invasão russa na Ucrânia tem intenção de "esmagar" população civil, diz EUA

Os Estados Unidos já advertiram a Organização das Nações Unidas (ONU) para a existência de uma lista elaborada por Moscou com os nomes dos ucranianos que, em caso de invasão, devem ser assassinados ou capturados e enviados para acampamentos

Correio Braziliense

postado em 22/02/2022 06:00

(crédito: AFP)

Os preparativos russos para uma invasão à Ucrânia incluem a adoção de estratégias "extremamente violentas" e com o intuito de "esmagar" a população civil, alertou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan. Segundo ele, informações obtidas pela inteligência americana indicam que há o intuito de que o confronto entre Moscou e Kiev seja "particularmente brutal", o que "custaria a vida de ucranianos e russos, sejam civis ou soldados". "Será uma guerra travada pela Rússia contra o povo ucraniano para reprimi-los, esmagá-los, prejudicá-los", enfatizou Sullivan, em entrevista à emissora NBC News.

Os Estados Unidos já advertiram a Organização das Nações Unidas (ONU) para a existência de uma lista elaborada por Moscou com os nomes dos ucranianos que, em caso de invasão, devem ser assassinados ou capturados e enviados para acampamentos. Na carta enviada à Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, a chilena Michelle Bachelet, também há a informação de que "as forças russas usariam medidas letais para dispersar protestos pacíficos ou para, de alguma formam contra-atacar o exercício pacífico da resistência de populações civis", segundo a agência France-Presse de notícias (AFP).

Assinado pela embaixadora americana na ONU em Genebra, Bathsheba Nell Crocker, o texto, a que a AFP teve acesso, também adverte que uma invasão à Ucrânia provocaria abusos, como sequestros ou tortura, e poderia atingir dissidentes políticos e religiosos e minorias étnicas. A situação, segue o documento, deixe Washington "profundamente preocupado" e alerta para uma potencial "catástrofe de direitos humanos".

Procurado pela AFP, o escritório de direitos humanos da ONU confirmou que recebeu, ontem, a carta da Missão Permanente dos Estados Unidos em Genebra, mas não revelou o conteúdo dela. "Estamos avaliando" o conteúdo, escreveu a porta-voz, Elizabeth Throssell. Desde 2014, separatistas pró-Rússia que lutam contra Kiev mantêm um conflito no leste do país que provocou mais de 14 mil mortes.

Em comunicado, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) informou que foram registradas mais de 1.500 violações da trégua n linha de frente no leste da Ucrânia em 24 horas — o número é o maior deste ano. Nos últimos dias, com o agravamento das tensões, ao menos 10 companhias áreas suspenderam o tráfego de aeronaves na região.