Conflito

Países ocidentais pedem que Rússia retire as tropas da Ucrânia

Países condenaram invasão russa e disseram que ataque não ficará impune

Agence France-Presse
postado em 24/02/2022 11:01
 (crédito: Ludovic MARIN / AFP)
(crédito: Ludovic MARIN / AFP)

Após a invasão russa à Ucrânia, na madrugada desta quinta-feira (24/2), países do Ocidente se manifestaram pedindo que a Rússia recue e tire as tropas do país. 

Itália 

O chefe de governo italiano, Mario Draghi, exigiu que o presidente russo, Vladimir Putin, "retire incondicionalmente suas forças militares" da Ucrânia.

"Itália, União Europeia e todos seus aliados pedem ao presidente Putin que pare imediatamente o derramamento de sangue e retire incondicionalmente suas forças militares para fora das fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia", declarou Draghi, ao término da reunião do Conselho de Ministros dedicada ao ataque russo.

Depois de ter condenado o "ataque" da Rússia à Ucrânia algumas horas antes, considerando-o "injustificado e injustificável", Draghi reconheceu que, no momento, "o diálogo com a Rússia é impossível".

"Sempre acreditei que toda a forma de diálogo deve ser sincera e, sobretudo, útil. As ações do governo russo nos últimos dias tornaram isso impossível", completou.

Para a Itália, o ataque russo "constitui uma clara violação do direito internacional", destacou o Ministério italiano das Relações Exteriores em uma nota.

Canadá 

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, prometeu que os "atos irresponsáveis" da Rússia sobre a Ucrânia "não ficarão impunes".

"O Canadá condena, nos termos mais enérgicos, o ataque injustificável da Rússia à Ucrânia", declarou Trudeau, em um comunicado, para quem esta manobra de Moscou é uma "flagrante violação da soberania e da integridade territorial".

O premiê "insta a Rússia a cessar imediatamente todas as ações hostis e provocadoras contra a Ucrânia", a retirar suas tropas do país e a respeitar "a soberania e a integridade territorial da Ucrânia".

As ações decididas pelo presidente russo, Vladimir Putin, "terão graves consequências", continua Trudeau, que se reunirá com os países do G7 e da OTAN para "dar uma resposta coletiva a estes atos irresponsáveis e perigosos, incluindo a imposição de importantes sanções adicionais".

Na terça-feira, Ottawa, seguindo o caminho de outros países ocidentais, anunciou uma "série de sanções econômicas" contra a Rússia: proibição de transações com os territórios separatistas pró-russos, sanções contra parlamentares e bancos russos e proibição de que os canadenses comprem títulos da dívida russa.

"O povo ucraniano deve ser livre para determinar seu próprio futuro", ressaltou Trudeau, em seu comunicado.

Alemanha

A invasão da Rússia contra a Ucrânia coloca "em perigo a vida de muitos inocentes" e representa um "risco para a paz" na Europa, afirmou o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.

"O presidente da Rússia viola mais uma vez e de forma flagrante o direito internacional", denunciou Scholz, antes de afirmar que a invasão "não tem nenhuma justificativa".

"É a guerra de Putin", afirmou o chefe de Governo alemão, que convocou os deputados para uma sessão extraordinária no domingo.

Scholz acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de levar "sofrimento e destruição aos vizinhos" e afirmou que ele está "violando a soberania e as fronteiras da Ucrânia, colocando em perigo a vida de muitos inocentes na Ucrânia".

"De modo definitivo está colocando em risco a paz em nosso continente", declarou o sucessor de Angela Merkel.

Scholz explicou que, como presidente do G7, conversará com os demais governantes para estabelecer uma "reação uniforme e clara" e prometeu "novas sanções severas" contra Moscou.

"Vamos ver que Putin cometeu um erro grave com esta guerra", declarou, antes de pedir à Rússia que "interrompa de maneira imediata o ataque militar e o banho de sangue".

França 

A ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia é um "ponto de virada" na história da Europa, disse o presidente francês Emmanuel Macron nesta quinta-feira (24), prometendo uma resposta firme contra esse "ato de guerra".

Os eventos "são um ponto de virada na história da Europa e de nosso país", acrescentou Macron em um discurso televisionado, com as bandeiras da França, União Europeia (UE) e Ucrânia ao fundo.

Na sua opinião, o presidente russo Vladimir Putin realizou "o mais grave ataque à paz, à estabilidade" na Europa "em décadas", que terá "consequências profundas e duradouras" na geopolítica europeia.

O chefe de Estado francês, que tentou sem sucesso mediar entre Kiev e Moscou nas últimas semanas, prometeu sanções ocidentais contra a Rússia que estarão "à altura da agressão da qual é culpada".

"Responderemos sem fraqueza a este ato de guerra com calma, determinação e unidade", enfatizou Macron. As sanções contra a Rússia podem afetar os campos militar, econômico e energético, explicou.

O discurso do presidente francês ocorre antes de conversar com seus pares do G7 e participar de uma cúpula europeia em Bruxelas à noite. Na sexta-feira, está agendada uma reunião telemática dos líderes da Otan.

"Apoiaremos a Ucrânia sem hesitação e assumiremos nossas responsabilidades de proteger a soberania e a segurança de nossos aliados europeus", acrescentou Macron, cujo país ocupa a presidência temporária da UE.

Há semanas, o presidente russo vem pedindo garantias aos países ocidentais de que a Ucrânia não se tornará membro da Otan, organização que ele considera uma ameaça à Rússia.

Reino Unido 

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson advertiu nesta quinta-feira (24) que os países ocidentais pretendem impor "grandes sanções" contra a economia da Rússia, em resposta à invasão da Ucrânia, e chamou Vladimir Putin de "ditador".

"Não podemos olhar para o outro lado (...) Diplomaticamente, politicamente, economicamente e militarmente, esta ação atroz e bárbara de Vladimir Putin deve terminar em fracasso", disse Johnson.

"Hoje, em conjunto com nossos aliados, vamos concordar com um conjunto de sanções econômicas maciças destinadas a bloquear a economia russa", disse o primeiro-ministro britânico.

Johnson também indicou como acabar coletivamente com a dependência do petróleo e gás russos, que ele disse ser o que "permitiu a Putin exercer seu domínio sobre a política ocidental".

O líder britânico presidiu uma reunião de crise em Downing Street pela manhã e durante o dia se comunicará com os líderes das grandes potências do G7.

À tarde, por volta das 17h00 GMT (14h00 no horário de Brasília), ele comparecerá ao Parlamento.

Johnson afirmou que a "chama da liberdade" voltará a brilhar na Ucrânia.

"Apesar de todas as bombas, tanques e mísseis, não acredito que o ditador russo seja capaz de abalar o sentimento nacional dos ucranianos e sua convicção apaixonada de que seu país deve ser livre", disse ele.

O primeiro-ministro prometeu trabalhar junto com seus aliados pelo tempo necessário para "garantir que a soberania e a independência da Ucrânia sejam restauradas".

 

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