EUROPA

União Europeia congelará bens de Putin e de ministro de negócios russo

A informação foi anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, em entrevista em Bruxelas

Rozane Oliveira - Especial para o Correio
postado em 25/02/2022 18:06 / atualizado em 25/02/2022 20:22
O presidente Vladimir Putin: investida sobre a Ucrânia -  (crédito: ALEXEY NIKOLSKY / SPUTNIK / AFP)
O presidente Vladimir Putin: investida sobre a Ucrânia - (crédito: ALEXEY NIKOLSKY / SPUTNIK / AFP)

Os 27 chefes da diplomacia da União Europeia (UE) chegaram esta sexta-feira (25/2) a um acordo para estender as sanções ao presidente russo, Vladimir Putin, e ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, com congelamento de ativos financeiros na UE.

A informação foi anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, em entrevista em Bruxelas.

“Este pacote alarga a lista de personalidades, de pessoas singulares e de entidades russas objeto de sanções”. Além de Putin e Lavrov, o primeiro-ministro, Mikhail Mishustin, também será sancionado.

Este é um segundo pacote de sanções decidido pelos 27 ministros face à invasão da Ucrânia. O primeiro foi adotado formalmente na quarta-feira (23/2) e incluía o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu.

“É um pacote de sanções muito duro, a uma escala nunca vista, como tínhamos dito que faríamos em caso de agressão militar da Rússia à Ucrânia”, observou o chefe da diplomacia portuguesa.

Santos Silva apontou que foram também acrescentados “quatro bancos russos à lista de entidades bancárias russas sujeitas a interdição de quaisquer relações de natureza econômica ou financeira no espaço da UE”, tendo essa interdição sido alargada “às diversas empresas nas quais esses bancos participam”.

“Também interditamos a exportação de bens de duplo uso, portanto bens de uso civil que possam ser usados também para uso militar, e interditamos a venda a entidades russas de equipamentos e componentes tecnológicos necessários para três setores, da aviação, da energia e de outros ramos de transportes”, prosseguiu.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal considerou que “este pacote dirige-se ao coração da atividade econômica da Rússia e constitui uma limitação muito severa da sua capacidade de ação”.

“Esperamos que as autoridades russas compreendam que os custos que pagam e continuarão a pagar enquanto não pararem a agressão militar à Ucrânia são elevados e serão cada vez mais elevados. Usei também o tempo verbal do futuro, visto que, em consonância com a orientação do Conselho Europeu, a nossa decisão foi também de continuar com os trabalhos de alargamento do universo de setores ou de pessoas a sancionar, e o conteúdo das sanções”, disse o português, à saída da terceira reunião desta semana dos chefes de diplomacia da UE para discutir a crise a leste.

Reforço

O primeiro-ministro de Portugal, Antonio Costa, afirmou nesta quinta-feira (24/2) que “houve uma convergência total no entendimento que é fundamental reforçar as ações de dissuasão, tendo em conta esta clara violação do direito internacional” e o fato de “haver uma ação militar totalmente injustificada” por parte da Rússia. Ficou acordado, que todos os participantes da Otan reforcem a presença no países que fazem fronteira com a Ucrânia, principalmente na Romênia.

Participaram desta reunião, além dos estados-membros da Otan, Suécia e Finlândia, que têm estatuto de neutralidade. A presença dos dois países no encontro causou reação russa. O governo Vladimir Putin ameaçou Suécia e Finlândia de sanções econômicas e, até militares, caso adiram a aliança.

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