Depois de o Ministério das Relações Exteriores anunciar, na última quinta-feira, que não teria condições de ajudar na retirada dos brasileiros residentes na Ucrânia, a embaixada em Kiev deu, ontem, uma pequena esperança àqueles que desejam deixar o país. Na página da representação diplomática, anunciou vagas no trem que liga a cidade a Chernivtsi, na fronteira com a Romênia. Porém, o fez de forma desorganizada e com poucos detalhes, segundo relatos de brasileiros que moram na Ucrânia.
Isso porque as instruções e o aviso para o embarque foram publicados, na página da embaixada no Facebook, pouco tempo antes da partida do trem. Dessa forma, somente 20 pessoas teriam conseguido as vagas para fugir da iminente invasão russa de Kiev.
De acordo com o comunicado da representação brasileira, "haverá hoje (ontem) trem que partirá às 22h (17h pelo horário de Brasília) da Estação Central de Kiev com destino à cidade de Chernivtsi". O texto traz, ainda, que "caso considerem que a situação de segurança em suas localidades o permita, cidadãos brasileiros e latino-americanos registrados junto à embaixada poderão dirigir-se à estação".
O comunicado destacou, também, que "a situação de segurança e de disponibilidade de transporte na cidade é instável e sujeita a mudanças repentinas, de modo que não é possível garantir a partida ou lugares suficientes". Segundo a representação, quem tiver interesse em ir embora da Ucrânia deve se apresentar à administração da estação — que, segundo a nota, está avisada para a chegada de brasileiros — na plataforma 5 e embarcar em qualquer vagão.
Porém, relatos de quem chegou à fronteira da Ucrânia com a Romênia — são mais de 11 horas de viagem — dão conta de que não existem locais de hospedagem. E que a fila para validar a entrada no país vizinho é grande.
As autoridades brasileira em Kiev avisaram que a prioridade é para mulheres, crianças e idosos. Mais: alertaram que não garantem a segurança dos brasileiros que decidirem fazer o trajeto rumo à fronteira romena. Isso porque os russos também estão atacando pelo ar e o trem corre o risco de ser atacado pelo ar ou ser bloqueado pelas tropas em avanço no território ucraniano.
"Os cidadãos que decidirem escolher essa viagem o farão por conta e risco próprio. A embaixada terá condições mínimas de prestar ajuda durante o trajeto até a fronteira com a Romênia", adverte a nota. (MP com Fabio Grecchi)
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