A ONU pede "acesso livre e seguro" para quem presta ajuda humanitária na Ucrânia, invadida militarmente na quinta-feira pela Rússia. Também clama pela proteção de crianças e adolescentes, segundo informaram duas emissárias para a infância em conflitos armados e para a violência contra os menores de idade, Virginia Gamba e Najat Maalla M'jid, funcionários da organização.
Mais de 100 mil ucranianos já fugiram do país desde o início da invasão russa, na quinta-feira, segundo informou o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi.
Para quem precisa ajudar quem não pode sair do país, as equipes de ajuda humanitária devem poder desfrutar de "proteção" ao levar ajuda à população "em todas as regiões da Ucrânia afetadas pelo conflito", declarou o secretário-geral adjunto para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths.
Antes do início do conflito, a ONU prestava assistência a cerca de 3 milhões de pessoas, em particular no leste da Ucrânia, lembrou. Além disso, Griffiths esclareceu que, neste momento, todos as equipes do sistema das Nações Unidas continuam na Ucrânia, apenas o pessoal não essencial e parentes foram evacuados.
Também indicou que haverá uma solicitação de recursos em Genebra nos próximos dias para fazer frente a uma "escalada de necessidades" que deverá figurar "entre as mais altas". O impacto das sanções econômicas impostas à Rússia para o trabalho das organizações humanitárias está sendo avaliado em conjunto com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), acrescentou o funcionário.
Proteção às crianças
Em comunicado conjunto, as emissárias da ONU Virginia Gamba e Najat Maalla M'jid lembraram a "todas as partes" envolvidas no conflito que a proteção aos civis, em especial as crianças, deve ser "a principal prioridade".
"Os 7,5 milhões de menores na Ucrânia devem ser protegidos das consequências do conflito" e "não devem ser recrutados ou utilizados", diz a nota. "Instamos todas as partes a que se abstenham de atacar infraestruturas civis, em particular, as que têm impacto para as crianças, como escolas e instalações médicas, assim como sistemas de água e saneamento."
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