A economia brasileira sentirá o peso do conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia, acredita a economista sênior da LCA Consultores, Thaís Zara. Segundo ela, a guerra chega em um momento complexo para o país, de desaceleração da atividade, por um lado, e de pressões inflacionárias, por outro. Dependendo do tempo que se prolongar a guerra, o Brasil será impactado pelo gargalo de oferta nas cadeias produtivas, uma vez que boa parte dos insumos industrializados passa pela região conflagrada.
"O prolongamento dos gargalos de oferta nas cadeias produtivas e as pressões sobre preços tendem a agravar o quadro inflacionário doméstico, que já terá de lidar com as incertezas internas relativas ao ciclo eleitoral que se aproxima. Isso tende a turvar ainda mais as perspectivas para a economia brasileira, tanto do ponto de vista de crescimento quanto de inflação", afirmou. Ela destacou que é importante entender quais são as possíveis implicações econômicas do conflito.
Para Thaís, o principal receio é de perturbações prolongadas na oferta global de matérias primas — em especial trigo, petróleo e gás natural — das quais tanto a Ucrânia quanto a Rússia são importantes exportadores. "Um aumento duradouro dos preços desses produtos agravaria as dificuldades globais para lidar com a forte alta recente da inflação. E, assim, o crescimento global também seria prejudicado. Não é só. "A tensão geopolítica também leva à maior aversão ao risco global, o que costuma ser desfavorável a economias emergentes.
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