Conflito

Inteligência dos EUA aponta risco de grande ataque na Ucrânia nos próximos dias

Ucrânia aposta em solução diplomática, e, pelas redes sociais, disse desconfiar de "previsões apocalípticas" dos estadunidense

Após alertas dos Estados Unidos sobre o risco de uma invasão militar russa, o governo ucraniano disse desconfiar de "previsões apocalípticas" e vislumbra um desfecho diplomático para o clima de tensão que tomou conta do leste europeu. Em uma rede social, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que o país "tem um exército poderoso, apoio internacional sem precedentes... e está pronto para qualquer cenário", disse ele.

Para o conselheiro chefe do governo ucraniano Myhailo Podoliak, "as chances de encontrar uma solução diplomática para uma desescalada são, consideravelmente, maiores que a ameaça de uma nova escalada", afirmou.

Desde o início de janeiro, a movimentação na região de fronteira entre os países tem chamado atenção de autoridades em todo o mundo. As tentativas de um acordo diplomático envolvem o governo ucraniano, a Casa Branca, a Rússia e os países membros da Aliança Militar do Ocidente (Otan).

As mensagens foram publicadas após uma manifestação da inteligência norte-americana, que aponta que a Rússia já implantou 70% do aparato militar necessário para uma invasão em larga escala da Ucrânia. Ainda de acordo com a agência, em duas semanas o Kremlin instalaria 150 mil soldados na fronteira entre os dois países, o que seria suficiente para lançar sua eventual ofensiva.

No entanto, os serviços de inteligência dos EUA ainda não estabeleceram se o presidente russo Vladimir Putin tomou a decisão de agir ou não. Contudo, segundo o alerta, Moscou considera todas as opções, seja uma invasão parcial do enclave separatista de Donbas à invasão total.

Consequências

O alerta da inteligência norte-americana avalia que, caso opte por uma invasão em larga escala, a ofensiva poderia tomar a capital Kiev e derrubar o presidente Volodymyr Zelensky em apenas 48 horas.

Caso o ataque em massa se confirme, o conflito traria sérias consequências, como a morte de 25 a 50 mil civis. As tropas ucranianas teriam uma uma baixa de 5 a 25 mil soldados e as frentes russas perderiam de 3 a 10 mil homens. A ofensiva também pode desencadear uma fuga em larga escala, podendo chegar a cinco milhões de pessoas. A Polônia seria o país mais afetado.

O governo da Ucrânia também teme os danos que um ataque pode causar à frágil economia do país. Para isso, tem apostado em um desfecho diplomático.

Movimentação

Mesmo com a crescente movimentação na fronteira entre os países, o governo de Vladimir Putin nega as acusações e a intenção de invadir o país vizinho. No entanto, conforme a Otan, a Rússia fez a maior manobra militar de soldados desde a Guerra Fria. Em resposta, o Kremlin afirma que só pretende garantir sua segurança.

Segundo a inteligência americana, até a sexta-feira (4), Moscou já havia enviado 80 batalhões que teriam se posicionado estrategicamente ao norte, leste e sul da Ucrânia. Outras 14 frentes estariam a caminho da região.

O potencial bélico enviado à fronteira com a Ucrância inclui parte da frota naval russa, posicionada no Mar Negro, além de aviões caça, bombardeiros e baterias anti-aéreas instaladas próximas da fronteira com a Ucrânia.

No Twitter, o vice-embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Dmitry Polyanskiy, classificou o alerta americano como alarmista. "A loucura e o alarmismo continuam… e se disséssemos que os EUA poderiam tomar Londres em uma semana e causar 300 mil mortes de civis? Tudo isso baseado em nossas fontes de inteligência que não divulgaremos. Pareceria certo para americanos e britânicos? É tão errado para russos e ucranianos", disse.

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