México

'Não estão sozinhos', diz presidente do México a jornalistas após mortes de colegas

O presidente do México, garantiu aos jornalistas do país, justiça para os assassinatos de seus colegas, que se intensificaram este ano

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, garantiu nesta quinta-feira (17), aos jornalistas do país, justiça para os assassinatos de seus colegas, que se intensificaram este ano, gerando uma onda de indignação e protestos da categoria.

"Não estão sozinhos", disse o mandatário em sua habitual entrevista coletiva matutina, oferecida desta vez na cidade de Tijuana, na Baixa Califórnia (noroeste).

López Obrador afirmou que seu governo não age "com indolência" diante dos crimes contra jornalistas, que já somam cinco neste ano e colocam o México como um dos países mais perigosos para exercício da profissão, de acordo com organizações de defesa da categoria.

Cerca de 150 jornalistas foram assassinados no México desde o ano 2000, segundo dados da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Dois dos casos mais recentes, os de Lourdes Maldonado, em 23 de janeiro em Tijuana, e Heber López, em Oaxaca no dia 10 de fevereiro, levaram os jornalistas de todo o país a protestar nas ruas.

Repórteres, fotógrafos e cinegrafistas também se manifestaram na Câmara dos Deputados, no Senado, e no salão do palácio presidencial onde López Obrador realiza habitualmente suas entrevistas matutinas.

"Aqui, em Tijuana, onde enterramos dois de nossos colegas, Margarito Martínez e Lourdes Maldonado, em menos de uma semana, não deixaremos de exigir justiça", disse ao presidente a jornalista Sonia de Anda.

López Obrador, por sua vez, pediu um "voto de confiança" nas investigações sobre alguns desses crimes. "Nós vamos nos aplicar, não só porque é nossa responsabilidade, é nossa convicção", disse.

Mais de 90% dos homicídios de repórteres no México permanecem impunes, segundo denunciam organizações de defesa da liberdade de expressão.

López Obrador foi apontado por organizações internacionais - como o Comitêpara aProteção dos Jornalistas (CPJ) e a Human Rights Watch - por ofender publicamente o jornalismo crítico.

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