Guerra no leste europeu

União Africana aponta racismo contra africanos que tentam escapar da Ucrânia

As acusações de comportamento racista vêm crescendo nas fronteiras da Ucrânia, com vários africanos alegando que foram impedidos de passar

Correio Braziliense
postado em 01/03/2022 06:00
 (crédito: Wojtek Radwanski/AFP)
(crédito: Wojtek Radwanski/AFP)

A União Africana (UA) declarou estar "preocupada" com a forma potencialmente "racista" como os africanos que tentam escapar da Ucrânia estão sendo tratados nos postos de fiscalização e de fronteira, após a invasão da Rússia. Os governos dos países africanos tentam ajudar seus cidadãos a fugir da Ucrânia para países vizinhos como a Polônia.

As acusações de comportamento racista vêm crescendo nas fronteiras da Ucrânia, com vários africanos alegando que foram impedidos de passar ou embarcar em trens e ônibus com destino à fronteira.

O chefe de Estado do Senegal, Macky Sall, atual presidente da UA, e o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, disseram estar "particularmente preocupados com as informações relatadas, de que aos cidadãos africanos que se encontram no lado ucraniano da fronteira estão sendo negados o direito de cruzar a fronteira para chegar a um lugar seguro".

"Todas as pessoas têm o direito de atravessar fronteiras internacionais durante um conflito, qualquer que seja sua nacionalidade ou identidade racial", apontaram as autoridades em um comunicado no qual denunciam que aplicar "um tratamento diferente inaceitável" aos africanos seria "assustador e racista" e "violaria o direito internacional".

Meio milhão

No balanço divulgado pelo alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, Filippo Grandi, "mais de 500 mil pessoas fugiram da Ucrânia para países vizinhos" até agora, em, postagem feita no Twitter.

Centenas de milhares de ucranianos, principalmente crianças e mulheres - os homens em idade de combate são obrigados a permanecer no país -, fugiram em trens lotados, carros e até a pé, arrastando malas por caminhos cobertos de neve e gelo.

A Polônia recebeu grande parte deles, 281 mil. Lá, onde já viviam 1,5 milhão de ucranianos antes da ofensiva russa, as pessoas se organizam nas redes sociais para arrecadar dinheiro e medicamentos, assim como para oferecer abrigo, refeições, trabalho ou transporte gratuito para os refugiados.

A Hungria, que tem cinco postos de fronteira com a Ucrânia, acolheu, só ontem, 84,5 mil refugiados. Cidades húngaras, como Zahony, disponibilizaram edifícios públicos para receber ucranianos. Alguns civis oferecem refeições e outros tipos de ajuda. 

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