Debandada de gigantes

Correio Braziliense
postado em 02/03/2022 00:01

Enquanto o presidente russo Vladimir Putin ignora os alertas da União Europeia e dos Estados Unidos, as sanções à Rússia partem em escalada e grandes corporações anunciam a debandada do solo russo ou interrupção de negócios. O número de empresas não para de crescer como medida de retaliação ao governo de Putin.

Ontem, a Apple interrompeu a venda de produtos na Rússia. A britânica British Petroleum (BP), dona da Shell, e a japonesa Toyota anunciaram a saída do país. A francesa Renault suspendeu as operações em solo russo. A alemã Adidas acabou com sua parceria com a Federação Russa de Futebol (RFS) "com efeito imediato".

Segundo a Apple, a interrupção de todas as vendas de produtos na Rússia foi uma resposta à invasão da Ucrânia. "Estamos profundamente preocupados com a invasão russa da Ucrânia e estamos com todas as pessoas que estão sofrendo como resultado da violência", informou, em nota.

A companhia destacou ainda que está apoiando os esforços humanitários, "fornecendo ajuda para a crise de refugiados e fazendo todo o possível para apoiar nossas equipes na região", de acordo com a CNN. As mídias estatais russas RT News e Sputnik News não estão mais disponíveis para download na Apple Store fora da Rússia.

As bandeiras norte-americanas de cartões Visa e Mastercard bloquearam as instituições financeiras russas após sanções de sua rede, cumprindo as determinações dos Estados Unidos impostas a Moscou. As duas empresas prometeram contribuir com US$ 2 milhões para ajuda humanitária à Ucrânia.

A Visa informou que está tomando medidas imediatas para garantir o cumprimento das sanções aplicáveis. A Mastercard informou que continuará a trabalhar com os reguladores nos próximos dias "para cumprir totalmente as obrigações de conformidade à medida que evoluem". A União das Associações Europeias de Futebol (Uefa), por sua vez, rescindiu contrato com o gigante russo do setor energético Gazprom, estimado em 40 milhões de euros. O patrocínio cobria a Liga dos Campeões, competições internacionais organizadas pela Uefa e a Euro-2024.

Reservas congeladas

No sábado, Estados Unidos, Grã-Bretanha, União Europeia e Canadá anunciaram novas sanções à Rússia — incluindo o bloqueio do acesso de certos credores ao sistema de pagamentos internacionais Swift.

Além disso, a UE e vários países do G7 — grupo das economias mais industrializadas do planeta (EUA, Alemanha, França, Itália, Japão, Reino Unido e Canadá) — congelaram as operações do Banco Central da Rússia (CBR, na sigla em inglês). Conforme informações da UE, o CBR tem, pelo menos, metade das reservas internacionais depositadas em títulos soberanos e moeda de países do G7.

Não à toa, os russos correram para os caixas eletrônicos e formaram longas filas, o governo fechou os bancos e a Bolsa de Moscou não operou ontem pelo segundo dia consecutivo. A Rússia chama a invasão da Ucrânia de "operação especial". (Agências Internacionais)

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