Análise

Líderes de direita discutem a paz em segunda reunião entre Rússia e Ucrânia

Nem socialistas ou qualquer esquerda a assumir protagonismos nas ações de luta ou cessar-fogo.

Luiz Recena - Especial para o Correio
postado em 03/03/2022 12:03
 (crédito: Handout / UKRAINE PRESIDENCY / AFP - Sergei GUNEYEV / SPUTNIK / AFP)
(crédito: Handout / UKRAINE PRESIDENCY / AFP - Sergei GUNEYEV / SPUTNIK / AFP)

A segunda reunião de paz começou com um sinal dos tempos: na mesa da guerra da Ucrânia não tem comunistas a comandar nenhum lado. Nem socialistas ou qualquer esquerda a assumir protagonismos nas ações de luta ou cessar-fogo.

Dois líderes de direita. Um veterano, forte e com memória do passado; outro moderno, oportunista no uso de canais de propaganda para substituir a pequenez bélica. Variações do mesmo tema: a hegemonia da direita. Na Europa e no mundo.

No cenário que envolve a crise o quadro não muda. Não há comunistas entre os líderes das 27 nações da União Europeia. Menos de um terço deles é de socialistas ou de aliança com esquerda. Briga da direita da Europa, só dela. Com divergências.

A dialética teimosa pagou passagem de primeira no conflito, atrasa decisões da UE. Enquanto alemães, austríacos e holandeses babam de russofobia, a ultra direita húngara quer aliviar a histeria. Se a direita representa o capital, a ultra representa o mesmo capital, com oxigênio para pacientes especiais. Queda de braço diferente: a esquerda só assiste e os comunistas não ganham ingresso.

Vitória da atual direita ucraniana quer a direitista UE e seu patrocinador EUA. Só que a redução do poder do governo da direita russa, se drástica, pode agravar lá o processo interno. E dessa fonte nem a UE sabe o que poderia sair de bom ou ruim. Esquerda frágil, direita forte ou muito forte, nada disso depende da reunião de paz.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação