No desespero, o improviso de uma rota de fuga

Correio Braziliense
postado em 08/03/2022 00:01

Uma estreita prancha de madeira está meio submersa nas águas geladas do rio de Irpin, na Ucrânia, depois que 10 mil pessoas a utilizaram nos últimos dias para escapar dos bombardeios conforme o exército russo avançava sobre Kiev. A tábua precisa ser usada para evacuar mulheres, crianças, idosos, além de cães, carrinhos de bebê, malas, bicicletas e feridos em macas. Até mesmo corpos enrolados em tapetes já passaram por ela. A ponte de concreto cujos restos permanecem por cima dela foi deliberadamente destruída pelas forças ucranianas. "Um amigo nos trouxe de carro até a ponte e atravessamos, ele escondeu o carro e vai continuar a pé", explica Tetyana, de 51 anos, após passar pela prancha. "Na estrada, havia disparos por todo lado, mas conseguimos passar", acrescenta, puxando sua mala. "Esses tiros me dão muito medo, digo a mim mesmo que se eu morrer de repente, é isso, mas se eu acabar com as pernas feridas, terei que escalar para escapar (dos combates) e isso não é nada bom", explica. No dia anterior, dois civis morreram ali.

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