Ataque à base militar na fronteira polonesa

Correio Braziliense
postado em 14/03/2022 00:01
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

A Rússia expandiu seus alvos na Ucrânia, ontem, com ataques a uma base militar perto da fronteira polonesa, enquanto Kiev informava a morte de mais de 2,1 mil civis nas cidades sitiadas.

Durante a noite, as forças russas atacaram a base militar de Yavoriv, a cerca de 40km de Lviv, um dos principais pontos de encontro para milhares de refugiados que tentam fugir do país, e a 20km da fronteira com a Polônia, país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O bombardeio de mísseis, disparados dos mares Negro e de Azov, matou 35 pessoas e deixou 134 feridos, segundo o governador da região, Maxim Kozitsky. "Como resultado do ataque, até 180 mercenários estrangeiros e um grande número de armas estrangeiras foram eliminados", respondeu o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

"Pior cenário"

No Sul, em Mariupol, cidade portuária sitiada há 13 dias, os moradores que sofrem com a interminável chuva de bombas ainda aguardam a chegada de alguma ajuda humanitária. Os invasores "atacam cinicamente e deliberadamente edifícios residenciais, áreas densamente povoadas, destroem hospitais infantis e a infraestrutura urbana", disse o prefeito da cidade, no Telegram. Ele informou que 2.187 habitantes de Mariupol morreram em ataques russos.

A chegada de ajuda é fundamental, pois "o sofrimento humano é imenso" na cidade, segundo denunciou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que alertou para o "pior cenário". Em comunicado, a ONG lembrou que a população é obrigada a refugiar-se em abrigos antiaéreos sem aquecimento e a arriscar a vida para encontrar comida e água.

Papa Francisco

Mariupol "tornou-se uma cidade mártir na guerra que está devastando a Ucrânia", lamentou o Papa Francisco, que pediu o fim do "massacre".

Na capital, Kiev, os subúrbios ao noroeste, como Irpin e Bucha, foram fortemente bombardeados nos últimos dias. De acordo com relato de soldados ucranianos a jornalistas que estão no front, Bucha já está dominada pelo inimigo. No entanto, a resistência ucraniana é feroz.

As forças russas sequestraram o prefeito de Dniprorudne, Evguen Matveiev, dois dias depois de outro prefeito ter sido sequestrado, disse o governador da região de Zaporizhzhia, também no sul. A União Europeia condenou os sequestros.

Mais de 2,7 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da guerra, aos quais se somaram cerca de 2 milhões de deslocados, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

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