GUERRA NA UCRÂNIA

Reunião de negociação entre Rússia e Ucrânia é interrompida no início

A Ucrânia anunciou que voltaria a exigir uma trégua imediata nos combates e a retirada das forças russas, quase três semanas depois do início da invasão

Agence France-Presse
postado em 14/03/2022 13:56 / atualizado em 14/03/2022 13:57
 (crédito: AFP)
(crédito: AFP)

A aguardada quarta rodada de negociações entre Ucrânia e Rússia, marcada para esta segunda-feira (14/3), foi interrompida logo no início da reunião. De acordo com o negociador e conselheiro da Ucrânia, Mikailo Podolyak, o término do encontro foi causado por uma "pausa técnica". Ele ainda informou que o diálogo será retomado na terça-feira (15/3).

"Vamos fazer uma pausa técnica nas negociações até amanhã, para permitir que sigamos trabalhando nos subgrupos de trabalho e esclarecer alguns termos", escreveu no Twitter Mikhailo Podolyak, negociador e conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

"A comunicação (com Moscou) continua estabelecida, embora seja complicada", tuitou Podolyak, acrescentando que "as partes expressarão suas posições concretas".

"A razão de nossas divergências vem do fato de que temos sistemas políticos muito diferentes", destacou, ao chamar Rússia de "a opressão máxima de sua própria sociedade".

Esta é a quarta rodada de negociações entre Podolyak e o russo Vladimir Medinski, conselheiro do Kremlin. As três sessões anteriores aconteceram nas fronteiras Ucrânia-Belarus e Polônia-Belarus.

A nova rodada acontece após uma primeira reunião sem resultados entre os chefes da diplomacia russa e ucraniana na quinta-feira passada na Turquia.

A Ucrânia anunciou que voltaria a exigir uma trégua imediata nos combates e a retirada das forças russas, quase três semanas depois do início da invasão.

Nos últimos dias, os combates se tornaram mais violentos nas proximidades da capital ucraniana, quase totalmente cercada.

O Kremlin afirmou que o exército russo não descarta "tomar o controle total das principais cidades que já estão cercadas". Isto implicaria uma ofensiva militar de grande envergadura, diante de uma resistência que se mostra feroz.

Durante a madrugada desta segunda, um edifício de oito andares do bairro de Obolon, na zona norte de Kiev, "foi alvo de um disparo de artilharia", que provocou uma morte e deixou 12 feridos, segundo as equipes de emergência ucranianas. Mais tarde, um bombardeio em outro bairro, perto da fábrica de aviões Antonov, deixou outra vítima fatal.

Na periferia ao noroeste de Kiev, cenário de combates violentos há vários dias, morreu no domingo o documentarista americano Brent Renaud, o primeiro jornalistas estrangeiros falecido no conflito, vítima de tiros de origem ainda desconhecida.

A capital "é uma cidade em estado de sítio", afirmou no domingo um conselheiro do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Em Donetsk, os separatistas pró-Rússia, apoiados por Moscou e que controlam o centro industrial desde 2014, anunciaram que um bombardeio do exército ucraniano deixou pelo menos 17 mortos no centro da cidade. Eles publicaram fotos que mostram corpos ensanguentados em uma rua repleta de escombros.

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