Análise

Líderes de direita discutem a paz em segunda reunião entre Rússia e Ucrânia

Nem socialistas ou qualquer esquerda a assumir protagonismos nas ações de luta ou cessar-fogo.

A segunda reunião de paz começou com um sinal dos tempos: na mesa da guerra da Ucrânia não tem comunistas a comandar nenhum lado. Nem socialistas ou qualquer esquerda a assumir protagonismos nas ações de luta ou cessar-fogo.

Dois líderes de direita. Um veterano, forte e com memória do passado; outro moderno, oportunista no uso de canais de propaganda para substituir a pequenez bélica. Variações do mesmo tema: a hegemonia da direita. Na Europa e no mundo.

No cenário que envolve a crise o quadro não muda. Não há comunistas entre os líderes das 27 nações da União Europeia. Menos de um terço deles é de socialistas ou de aliança com esquerda. Briga da direita da Europa, só dela. Com divergências.

A dialética teimosa pagou passagem de primeira no conflito, atrasa decisões da UE. Enquanto alemães, austríacos e holandeses babam de russofobia, a ultra direita húngara quer aliviar a histeria. Se a direita representa o capital, a ultra representa o mesmo capital, com oxigênio para pacientes especiais. Queda de braço diferente: a esquerda só assiste e os comunistas não ganham ingresso.

Vitória da atual direita ucraniana quer a direitista UE e seu patrocinador EUA. Só que a redução do poder do governo da direita russa, se drástica, pode agravar lá o processo interno. E dessa fonte nem a UE sabe o que poderia sair de bom ou ruim. Esquerda frágil, direita forte ou muito forte, nada disso depende da reunião de paz.

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