Guerra

Rússia iniciou 'procedimento de saída' do Conselho Europeu

Em seu comunicado, a diplomacia russa acusa as instituições do Conselho, incluindo o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (CEDH), seu órgão judicial, de serem "usados sistematicamente para exercer pressão sobre a Rússia e interferir em assuntos internos"

A Rússia decidiu nesta terça-feira(15) iniciar "o procedimento de saída" do Conselho Europeu, acusando a Otan e a União Europeia (UE) de transformá-lo em um instrumento a serviço de "sua expansão político-militar e econômica para o Leste".

"O aviso de retirada da Federação Russa da organização" foi entregue nesta terça-feira à sua secretária-geral, Marija Pejinovi Buri, de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Rússia em sua conta no Telegram.

"Aqueles que nos forçarem a tomar esta medida terão total responsabilidade pela destruição do espaço humanitário e jurídico comum no continente e pelas consequências para o próprio Conselho Europeu, que, sem a Rússia, perderá seu status pan-europeu", acrescentou.

A Aliança Atlântica e a UE, afirma o Ministério, “só veem nesta organização um instrumento de apoio ideológico para a sua expansão político-militar e econômica para o Leste”.

Em seu comunicado, a diplomacia russa acusa as instituições do Conselho, incluindo o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (CEDH), seu órgão judicial, de serem "usados sistematicamente para exercer pressão sobre a Rússia e interferir em assuntos internos".

Desde o dia seguinte ao início da ofensiva russa em 24 de fevereiro na Ucrânia, o Conselho Europeu decidiu suspender a participação da Rússia em seus diferentes órgãos, exceto no CEDH, última instância para os 145 milhões de cidadãos russos.

O Conselho Europeu, criado em 1949, reúne quase todos os Estados do continente, 47 no total, incluindo a Rússia, desde 1996, e a Ucrânia, desde 1995.