Guerra na Ucrânia

Deslocados ucranianosse mudam para casas pré-fabricadas em Lviv

A invasão russa deixou milhares de mortos e obrigou milhões de pessoas a abandonar suas casas em todo o país

Agência France-Presse
postado em 20/04/2022 08:41 / atualizado em 20/04/2022 08:42
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Lviv, Ucrânia- Em um parque de Lviv, Viktoria passeia com sua neta de quatro meses em um carrinho entre duas fileiras de casas pré-fabricadas: são os novos lares dos que fugiram da invasão russa.

A mulher de 39 anos, gerente de uma creche, chegou com sua filha e sua neta, no mês passado, ao oeste da Ucrânia, para escapar dos bombardeios na província de Lugansk, no leste.

Na segunda-feira (18/4), depois de três semanas em uma escola, se mudaram para uma área de casas retangulares.

"As condições de vida eram boas, mas 18 pessoas dormiam no chão, na mesma casa que nós", disse Viktoria.

"Aqui podemos estar só entre nós, com camas de verdades e aquecidos", disse de sua nova casa, construída com recursos da vizinha Polônia.

A invasão russa deixou milhares de mortos e obrigou milhões de pessoas a abandonar suas casas em todo o país. Delas, mais de 200.000 se refugiaram em Lviv, a grande cidade do oeste da Ucrânia que tinha 700.000 habitantes antes da guerra. Uma localidade pouco afetada pelos combates, apesar de um ataque letal com mísseis na segunda-feira.

Na terça-feira (19), o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawieck, fez uma visita relâmpago às instalações da nova vila para deslocados, com capacidade para 350 pessoas.

"Haverá mais instalações como esta. Somente em Lviv, poderão acolher 5.000 pessoas", prometeu Morawiecki aos jornalistas.

Morawiecki, cujo país acolhe 2,8 milhões dos cinco milhões de ucranianos que fugiram para o exterior desde o começo da guerra, acrescentou que será preparado um programa de construção similar em cidades próximas à Kiev das quais o exército russo se retirou no final de março.

Pouco depois da saída do primeiro-ministro polonês, Dimitry, de 12 anos, chegou com sua família e algumas malas para se mudar.

"Gostei muito", disse o menino de Kramatorsk, no leste da Ucrânia. A porta entreaberta deixa ver duas beliches.

Seu tio Oleksandre, operário de fábrica, explica que a família deixou tudo em meados de março: "Esperamos que a guerra termine em breve e que possamos voltar para casa e ao trabalho", disse.

No pátio, outra família, também em busca de uma casa, chegou de um edifício convertido em refúgio perto dali.

Perto, diante de uma fonte transformada em cafeteria ao ar livre, cerca de 400 pessoas dormem em um centro esportivo.

Em uma de suas salas com boa calefação, uma série de camas está disposta sobre uma quadra de basquete.

Olena, de 75 anos, disse que fugiu de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, submetida a constantes bombardeios russos, onde seu novo apartamento foi destruído.

"Estou bem aqui, fiz novos amigos. Somos uma grande família", disse Olena, que veste um gorro de lã verde.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação