Caso WikiLeaks

Assange mais perto da extradição aos EUA

Correio Braziliense
postado em 21/04/2022 00:01
 (crédito: Justin Tallis/AFP)
(crédito: Justin Tallis/AFP)

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, está mais próximo da extradição para os Estados Unidos, algo que tenta evitar há 10 anos. Ontem, a Justiça britânica emitiu a ordem formal para entregá-lo a Washington. Depois de rejeitar, em março, "a permissão para apelar" solicitada pelos advogados do australiano, a Suprema Corte britânica determinou a transferência do caso para a ministra do Interior, Priti Patel, que tem a última palavra em qualquer extradição. Foi justamente o que fez o juiz Paul Goldspring, durante uma audiência de apenas sete minutos, no Tribunal de Magistrados de Westminster.

A defesa de Assange tem até 18 de maio para apresentar suas alegações a Patel, com a esperança de que a ministra autorize o último recurso. Os advogados também podem tentar uma nova apelação sobre outros aspectos jurídicos do caso. O australiano, de 50 anos e que está na penitenciária londrina de Belmarsh, participou da audiência por videoconferência. Ele está trancafiado desde sua detenção, em abril de 2019, pela polícia britânica na Embaixada do Equador, em Londres, depois que o então presidente Lenín Moreno retirou a proteção que o antecessor Rafael Correa havia concedido a Assange.

Em uma violação às condições de sua liberdade condicional no Reino Unido, o fundador do WikiLeaks se refugiou na representação diplomática equatoriana em 2012 para evitar ser extraditado à Suécia por acusações de estupro, que depois foram arquivadas. Dezenas de pessoas protestaram diante do tribunal contra a possibilidade de extradição de Assange. "Sem pessoas como Julian, nunca saberemos a verdade, e nossos governos podem nos pisotear, mentindo para nós", declarou à agência France-Presse Val, uma aposentada de 73 anos que não revelou o sobrenome.

A justiça dos Estados Unidos deseja julgar o australiano pela divulgação, a partir de 2010, de mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades diplomáticas e militares americanas, em particular no Iraque e Afeganistão. Entre os documentos estava um vídeo que mostrava civis, incluindo dois jornalistas da agência Reuters, mortos por tidos de um helicóptero de combate americano no Iraque em julho de 2007. Acusado de espionagem, se for declarado culpado Assange pode ser condenado a 175 anos de prisão. 

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