França

Começa a batalha pelas legislativas

Correio Braziliense
postado em 26/04/2022 00:01
 (crédito: Ludovic Marin/AFP)
(crédito: Ludovic Marin/AFP)

O centrista Emmanuel Macron, reeleito presidente da França, terá dois grandes desafios pela frente: unir um país dividido após a eleição e preparar a batalha das legislativas, que a extrema-direita e a esquerda encaram como um "terceiro turno". Pouco depois do anúncio da vitória de Macron no domingo, quando ele se tornou o primeiro a conseguir a reeleição desde o conservador Jacques Chirac em 2002, seus rivais derrotados anunciaram que buscarão a revanche em junho.

"Lançamos esta noite a grande batalha eleitoral das legislativas", declarou Marine Le Pen, após a derrota no segundo turno, quando recebeu quase 41,5% dos votos, contra 58,5% do atual presidente. "O terceiro turno começa esta noite", afirmou, no domingo, o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, ao receber quase 22%.

As eleições parlamentares, de 12 e 19 de junho, são fundamentais para que o presidente liberal consiga levar adiante o seu programa para uma "França mais independente", seu projeto "social e ecológico, baseado no trabalho", como prometeu no discurso de vitória. 

A equipe de Macron passou à ofensiva ontem mesmo. O líder da bancada do partido A República Em Marcha (LREM), Christophe Castaner, afirmou que os franceses darão "a ambição e os meios" para poder aplicar o programa com o qual foi eleito. Entre suas promessas para transformar a França, está o "renascimento" da energia nuclear e alcançar a neutralidade de carbono até 2050, mas também a impopular medida de aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 65 anos.

A maioria dos franceses, de acordo com duas pesquisas publicadas logo após sua reeleição, não quer dar ao líder do partido LREM a maioria parlamentar, como a que possui desde 2017 na Câmara, o que abriria a porta para a "coabitação". "Sem a maioria, ele não pode fazer nada. O rei está nu", declarou à agência de notícias France-Presse Dominique Rousseau, professor de direito constitucional da Universidade Panthéon-Sorbonne. Uma vez escolhido pelo presidente, o primeiro-ministro estabelece o rumo do governo. 

A França já passou por este modelo. Em 1997, Chirac nomeou como primeiro-ministro o socialista Lionel Jospin. E o presidente conservador havia sido o primeiro-ministro, entre 1986 e 1988, de seu antecessor socialista, François Mitterrand. Em um sistema de eleição uninominal em dois turnos, o partido de Mélenchon, os ecologistas e os comunistas negociam uma frente comum para obter a maioria das circunscrições. Em uma extrema-direita dividida, também surgem vozes para apresentar um bloco unido.

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