TRÂNSITO

Carro bate em ônibus a 177 km/h e faz crianças "voarem"; veja o momento

No registro, os alunos do ensino médio conversam entre risos e olhadas no telefone, até que se ouve um barulho estrondoso e, um segundo depois, os estudantes são arremessados contra a outra lateral do ônibus

Correio Braziliense
postado em 29/04/2022 21:26 / atualizado em 29/04/2022 21:26
A repercussão do vídeo também propiciou a cobrança por mais medidas de segurança nos ônibus escolares -  (crédito: Skynews/Reprodução)
A repercussão do vídeo também propiciou a cobrança por mais medidas de segurança nos ônibus escolares - (crédito: Skynews/Reprodução)

Um vídeo que viralizou na internet nesta semana mostrou imagens chocantes de um acidente com um ônibus escolar, em Albuquerque, no Novo México, nos Estados Unidos. No registro, os alunos do ensino médio conversam entre risos ou mexiam no telefone, até que se ouve um barulho estrondoso e, um segundo depois, os estudantes são arremessados contra a outra lateral do ônibus. Muitos são vistos voando pelo ar, enquanto os assentos se desarticulam. Veja o vídeo, captado pela agência Sky News:

Quando o veículo parou, ao tombar, os passageiros permaneceram no chão e alguns gritos de “meu Deus” são ouvidos. As imagens se referem a um acidente ocorrido em 23 de fevereiro, mas as imagens só foram vazadas nas redes sociais dos EUA nesta semana. Sete crianças foram levadas ao hospital e duas sofreram fraturas graves que exigiram cirurgia.

No entanto, calcula-se que o dano psicológico nos adolescentes será maior. “Essas crianças vão passar por esse trauma por um tempo, porque toda vez que entrarem no ônibus vão se lembrar do que aconteceu”, disse Alfred Lucero, avô de uma aluna de 13 anos que fraturou a pélvis, ao canal de notícias KOB, de Albuquerque.

O responsável pela batida foi um mustang branco, que colidiu na lateral do ônibus escolar, quando o motorista do carro, Mario Perez, de 49 anos, disputava um “racha” com outro homem.

Mario estava a 177 km/h em uma área cujo limite de velocidade é de 65 km/h. O motorista quebrou o fêmur no acidente e foi autorizado a aguardar o julgamento em liberdade, desde que não dirija até que o processo seja julgado.

Após o viral, o defensor público Jonathan Ibarra, que defende Mario, disse ao The Washington post que o vídeo não é a prova final da culpa do cliente. “Entendemos a natureza do vídeo, mas é importante lembrar que ele não conta a história completa. Temos que deixar o processo judicial funcionar como pretendido”, disse o advogado.

A repercussão do vídeo também propiciou a cobrança por mais medidas de segurança nos ônibus escolares. O deputado estadual Bill Rehm escreveu um projeto de lei, em 2019, que tornava o cinto de segurança neste tipo de transporte um item obrigatório. No entanto, a proposta não saiu do Comitê de Educação do Senado do Novo México.

“Se as crianças tivessem cinto de segurança, não teriam voado através do veículo”, disse Rehm.

Modelo de ônibus escolar é seguro na dianteira e na traseira, mas não tem reforço nas laterais

Ao The Washington post, a Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Rodovias (NHTSA) informou que os ônibus escolares são considerados a maneira mais segura para crianças chegarem à escola. O órgão afirma que, por ano, apenas seis crianças morrem no veículo destinado ao transporte para os colégios, contra cerca de 2 mil que são levadas em carros particulares.

A NHTSA também disse que os ônibus escolares são construídos com uma tecnologia de compartimentação, em que a traseira e a dianteira dos veículos são mais fortes e distribuem o impacto de forma a não causar danos aos passageiros — até mesmo os assentos são projetos para que possam absorver a energia do impacto. Por esse motivo, os ônibus “não precisam de cintos de segurança”.

No entanto, a tecnologia falha em não proteger todo o veículo. O calcanhar de aquiles dos transportes escolares são as laterais dos veículos. “A compartimentação atual é incompleta, pois não protege os passageiros dos ônibus escolares em impactos laterais com veículos de grande massa e em capotagens, pois nesses acidentes os passageiros nem sempre permanecem completamente dentro do compartimento de assentos”, observou o NHTSA.

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