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Twitter nomeia Elon Musk para Conselho de Administração

A rede social Twitter disse que Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, fará parte do Conselho de Administração da companhia

A rede social Twitter anunciou nesta terça-feira (5) que Elon Musk fará parte do Conselho de Administração da companhia, um dia depois que o magnata sul-africano se tornou seu principal acionista.

"Estou feliz em compartilhar que estamos nomeando @elonmusk para nosso conselho! Por meio de conversas com Elon nas últimas semanas, ficou claro para nós que ele traria grande valor ao nosso conselho", disse o CEO do Twitter, Parag Agrawal, em um tweet.

Dono da Tesla e da SpaceX, e considerado o homem mais rico do mundo, Musk anunciou na segunda-feira a aquisição de 73,5 milhões de ações do Twitter, que equivalem a 9,2% do total, o que levou a uma valorização de 27% dos papéisda companhia em Wall Street.

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O investimento do magnata sul-africano na companhia alimentou as especulações sobre a aquisição do microblog, que é influente nos mundos político e midiático, mas cujo crescimento lucrativo se mostrou muitas vezes ilusório.

Segundo os analistas da consultoria financeira Wedbush, o convite de Agrawal mostra "um movimento amigável do Conselho de Administração do Twitter para receber Musk de braços abertos".

Isso poderia levar a mudanças estratégicas significativas para uma companhia "que ainda luta na 'corrida armamentista' das mídias sociais", acrescentou a Wedbush em comunicado.

Contudo, dada a propensão de Musk para realizar comentários polêmicos, os analistas aconselharam: "Peguem a pipoca!"

Anteriormente, Musk questionou o comprometimento da rede social com a liberdade de expressão, ecoando a posição dos apoiadores de Donald Trump, que esperam o retorno do ex-presidente americano à plataforma depois que ele foi banido da mesma após a invasão do Capitólio em 6 de janeiro do ano passado.

Agrawal classificou Musk "como um apaixonado e crítico intenso do serviço, que é exatamente o que precisamos" na companhia.

O CEO do Twitter também compartilhou uma enquete feita por Musk sobre a plataforma, perguntando se os usuários gostariam que fosse adicionada a função de editar tweets, e assinalou que "as consequências da pesquisa seriam importantes. Por favor, votem com cuidado".

Musk, por sua vez, disse que estava "ansioso para trabalhar com Parag e o Conselho de Administração para fazer melhorias significativas no Twitter nos próximos meses".

O fundador da plataforma, Jack Dorsey, também louvou o movimento de Musk, e assinalou que o magnata "está profundamente preocupado com o nosso mundo e o papel do Twitter no mesmo".

Musk permanecerá no Conselho de Administração do Twitter até a reunião anual de acionistas da companhia em 2024, e prometeu não incrementar sua participação em mais de 14,9% nesse período, de acordo com documentos oficiais apresentados à Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) dos EUA.

 Implicações políticas? 

No universo político, a deputada republicana de extrema-direita da Câmara dos Representantes, Lauren Boebert, está entre aqueles que pedem que Musk "acabe com a censura política" na plataforma.

"Ah... e TRAGA O TRUMP DE VOLTA!", tuitou a legisladora que representa o estado do Colorado.

Dois dias depois do ataque ao Capitólio dos EUA, o Twitter anunciou a "suspensão permanente" do perfil de Trump, citando o "risco de mais incitação à violência".

O historiador e professor da Universidade do Colorado, James E. Fell, está entre aqueles que querem evitar a "ressurreição" de Trump no Twitter. Ele afirmou que, se a conta do ex-presidente for restituída, "provavelmente vou abandonar essa plataforma completamente".

Quem também não se mostrou feliz com essa possibilidade foi o ex-secretário do Departamento de Trabalho, Robert Reich, que tuitou: "O que poderia dar errado quando um oligarca pode determinar o que é a liberdade de expressão?"

 

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