Guerra no Leste europeu

Angelina Jolie faz visita surpresa a Lviv, no oeste da Ucrânia

Angelina Jolie conversou com ucranianos que fugiram das zonas de combate e com voluntários que prestam ajuda psicológica aos refugiados

Correio Braziliense
postado em 01/05/2022 06:00
 (crédito: twitter/ Lviv Regional State Administration)
(crédito: twitter/ Lviv Regional State Administration)

A atriz e ativista Angelina Jolie, representante do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, fez uma visita surpresa a Lviv, no oeste da Ucrânia, ontem. Na estação de trem da cidade, principal conexão com países da Europa, Angelina Jolie conversou com ucranianos que fugiram das zonas de combate e com voluntários que prestam ajuda psicológica aos refugiados. Ela dedicou uma atenção especial às crianças, que são as que mais sofrem com a guerra. "Elas devem estar em choque. Sei como o trauma afeta as crianças, mas sei que tem gente mostrando o quanto elas são importantes, o quanto a voz delas importa", disse a atriz.

"Para nós, esta visita foi uma surpresa", escreveu o governador da região, Maxim Kozytski, no Telegram, rede social na qual também compartilhou fotos e vídeos da atriz brincando com as crianças e com os voluntários.

Kozytski também visitou no hospital as crianças feridas durante o bombardeio da estação de Kramatorsk (leste) em 8 de abril, atribuído à Rússia, e que deixou mais de 50 civis mortos, segundo o governador. Até agora, o conflito forçou 5,4 milhões de ucranianos a deixarem seu país e mais de 7,7 milhões fugiram e estão deslocados internamente, segundo uma estimativa da ONU.

Marcas de tortura

Ontem, as autoridades ucranianas informaram a descoberta de três corpos de homens com marcas de tortura, em uma área que foi ocupada durante semanas pelas tropas russas. Os cadáveres, retirados de uma vala da localidade de Myrotske, estavam com as mãos amarradas e os olhos vendados, segundo descrição do chefe de polícia de Kiev, Andriy Nebytov.

"As vítimas foram torturadas durante muito tempo. No final, cada uma recebeu um tiro na têmpora", disse.

Myrotske fica perto de Bucha, cidade da região de Kiev que virou símbolo das atrocidades da guerra na Ucrânia desde a descoberta, no início de abril — após a saída das tropas russas —, de dezenas de corpos de pessoas com roupas civis espalhados pelas ruas.

Nebytov disse que, em Myrotske, "os ocupantes [russos] tentaram esconder evidências de seus abusos, então, jogaram os corpos em uma cova e os cobriram com terra".

Promotores ucranianos disseram nesta semana que identificaram mais de 8 mil crimes de guerra desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, e investigam 10 soldados russos por suposto envolvimento nas atrocidades de Bucha.

A Rússia nega seu envolvimento nos massacres e afirma que é uma armação orquestrada pelo governo ucraniano.

As tropas russas, confrontadas com uma resistência inesperada no norte, concentram seus ataques há várias semanas no leste, onde contam com o apoio de separatistas pró-russos na região de Donbass, e no sul.

Kharkiv, no leste, foi alvo de bombardeios de artilharia, que deixaram um morto e cinco feridos, segundo informações da administração militar da cidade, a segunda maior da Ucrânia.

Em Odessa, na costa do Mar Negro, a pista do aeroporto da cidade foi destruída por um míssil. Não houve vítimas.

O governo ucraniano reconhece que várias aldeias da região de Donbass caíram nas mãos dos russos, mas garante que também está provocando golpes significativos. "A situação na região de Kharkiv é dura, mas nossas Forças Armadas, nossa inteligência, registraram importantes êxitos táticos", declarou Zelensky em um discurso exibido na televisão.

Troca de prisioneiros

As tropas ucranianas anunciaram que recuperaram um vilarejo "importante estrategicamente" perto de Kharkiv, Ruska Lozova, e que retiraram centenas de civis.

Em Mariupol, a Rússia conseguiu assumir o controle do porto da cidade, após semanas de cerco e bombardeios. Mas o último reduto de combatentes, ao lado de muitos civis, persiste nos túneis do grande complexo siderúrgico de Azovstal. A ONU tenta retirar os civis, mas Dennis Pushilin, líder da região separatista pró-Moscou de Donetsk, acusou as forças ucranianas de "atuar como terroristas" por supostamente reter os civis na siderúrgica.

Um grupo de 14 ucranianos, incluindo uma militar grávida, foram trocados ontem por um número indeterminado de prisioneiros russos, de acordo com a vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk.

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