Processo

Adesão da Ucrânia à União Europeia deve levar '15 ou 20 anos', diz França

A questão da ampliação da UE para Ucrânia, Geórgia e Moldávia gera polêmica e divisões dentro do bloco. Alemanha e França já advertiram contra uma adesão rápida, como quer Kiev

Agence France-Presse
postado em 22/05/2022 10:55
 (crédito: Emmanuel DUNAND / AFP)
(crédito: Emmanuel DUNAND / AFP)

A adesão da Ucrânia à União Europeia (UE) "levará, provavelmente, 15, ou 20, anos" - estimou o ministro-delegado francês para Assuntos Europeus, Clément Beaune, neste domingo (22).

Beaune acredita que, antes disso, Kiev poderá entrar na comunidade política europeia proposta pelo presidente da França, Emmanuel Macron.

"Temos que ser honestos (...) Se dissermos que a Ucrânia entrará na UE em seis meses, um ano, ou dois anos, estamos mentindo. Não é verdade. Provavelmente será em 10, ou 20, anos", disse o ministro em uma entrevista à rádio J.

"Enquanto isso, devemos aos ucranianos (...) um projeto político, no qual eles possam entrar", continuou.

No começo de maio, Macron propôs a criação de uma "comunidade política europeia" como um "complemento" ao processo de adesão. Ontem (21), porém, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou a proposta e insistiu no início imediato do processo para a plena adesão de seu país à UE.

Neste domingo, Beaune enfatizou que a proposta de Macron "não é uma alternativa à adesão à comunidade política europeia. Não impede a adesão mais à frente".

No plano de Macron, "pode haver livre-circulação na Europa e é possível se beneficiar do orçamento europeu para a reconstrução e a reativação de seu país, de sua sociedade e de sua economia", completou a autoridade francesa.

A questão da ampliação da UE para Ucrânia, Geórgia e Moldávia gera polêmica e divisões dentro do bloco. Alemanha e França já advertiram contra uma adesão rápida, como quer Kiev.

Em 9 de maio, Macron explicou que a Ucrânia precisaria de "décadas" para entrar na UE e sugeriu que, enquanto isso, faça parte dessa "comunidade política europeia". Este novo arranjo institucional também poderia incluir o Reino Unido, que deixou a UE em 2020.

Os 27 chefes de Estado e de Governo do bloco devem debater o projeto francês durante a cúpula europeia prevista para fim de junho.

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