Guerra no Leste Europeu

UE acorda embargo a 'mais de dois terços' das importações do petróleo russo

A Europa é o maior comprador de energia russa. O petróleo russo representou 27% das importações do bloco em 2021, de acordo com o Eurostat

Correio Braziliense
postado em 31/05/2022 06:00
 (crédito: Aris Messinis/AFP)
(crédito: Aris Messinis/AFP)

A União Europeia (UE) atendeu aos apelos do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e decidiu impor embargo a "mais de dois terços" de suas compras de petróleo russo. "Acordo para proibir a exportação do petróleo russo para a UE. Isso imediatamente cobre mais de dois terços das importações de petróleo da Rússia, cortando uma fonte imensa de financiamento para sua máquina de guerra. Máxima impressão sobre a Rússia para pôr fim à guerra", anunciou, na noite de ontem, por meio do Twitter, Charles Michel, chefe do Conselho Europeu. "Esse pacote de sanções inclui outras medidas contundentes: a desativação do maior banco russo, Sberbank; a proibição de mais três emissoras estatais russas, e a sanção a indivíduos responsáveis por crimes de guerra na Ucrânia."

A Europa é o maior comprador de energia russa. O petróleo russo representou 27% das importações do bloco em 2021, de acordo com o Eurostat. Isso representa cerca de 2,4 milhões de barris por dia. Cerca de 35% desse montante foi entregue via dutos para o bloco.

Mais cedo, durante videoconferência em uma cúpula do bloco, Zelensky tinha pedido aos líderes dos 27 países-membros que cessassem suas disputas internas, buscassem a união e alcançassem um acordo de veto ao petróleo de Moscou. A UE também informou que dará à Ucrânia 9 bilhões de euros (cerca de R$ 46 bilhões) para "liquidez imediata". Os líderes do bloco tornarão a se reunir, hoje, para discutir novas ações contra a invasão da Rússia à Ucrânia.

Enquanto isso, no front, as tropas de Moscou avançam para o centro da cidade de Severodonetsk, na região do Donbass, no leste da Ucrânia. "É preciso acabar com todas as disputas na Europa", disse Zelensky, por videoconferência, em uma cúpula da UE, em Bruxelas. "É o momento de não estarem divididos, não sejam fragmentos e sim um todo unido", disse ele.

Ontem, tanto o provedor de energia estatal holandês GasTerra quanto o dinamarquês Orsted alertaram sobre o corte do fornecimento de gás russo a partir de hoje, por se recusarem a pagar em rublos. Em Washington, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que não fornecerá à Ucrânia sistemas de lançamento de foguetes de longo alcance que possam atingir o território russo.

Front

Na frente militar, a situação permanece muito complicada no leste ucraniano, onde as forças russas  continuam a ofensiva no Donbass, aumentando a pressão sobre as cidades de Severodonetsk e Lisichansk. As condições em Severodonetsk, perto do Rio Donets, são "muito difíceis", disse o governador regional de Luhansk, Serguei Gaidai. "Os russos avançam para metade de Severodonetsk. Os combates continuam, a situação é muito difícil", afirmou.

A ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, em visita à Ucrânia, disse que seu país vai "reforçar" as entregas de armas aos ucranianos. "O apoio vai continuar" e chegará nas próximas semanas, insistiu a ministra, ao lado do colega ucraniano, Dmytro Kuleba.

Os russos assumiram o controle quase total de Kherson, que faz fronteira com a Crimeia (anexada por Moscou em 2014). As autoridades pró-Moscou pedem a anexação à Rússia. O Estado-Maior ucraniano informou que a ofensiva, embora limitada, colocou os russos em "posições desfavoráveis" em torno das cidades de Andriyivka, Lozovo e Bilohorka, e forçou Moscou a enviar reservas para a área.

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