Eleições nos EUA

Trump sabia que manobra era ilegal

Correio Braziliense
postado em 17/06/2022 00:01

A comissão legislativa que investiga a tomada do Capitólio concentrou-se, na reunião de ontem, em demonstrar a pressão insistente por parte de Donald Trump para que, diante da derrota nas eleições presidenciais de 2020, seu então vice-presidente, Mike Pence, infringisse a lei e impedisse a transferência de poderes. O grupo apresentou um roteiro detalhado dos acontecimentos, com declarações de testemunhas, e concluiu que o republicano sabia que a manobra era "ilegal e inconstitucional". "Nossa democracia chegou perigosamente perto da catástrofe", disse Bennie Thompson, presidente da comissão.

Pelo Twitter, a vice-presidente do comitê, Liz Cheney, informou que, conforme a "análise de um juiz federal", a estratégia do magnata republicano "provavelmente violou dois estatutos penais federais". "Trump não tinha base factual para o que estava fazendo e foi informado de que era ilegal", escreveu Cheney, antes da reunião. Na avaliação da comissão, a pressão sobre Pence para quebrar o resultado eleitoral contribuiu para o clima de tensão e violência que eclodiu em 6 de janeiro de 2021, quando o centro Legislativo foi tomado.

A multidão ameaçou enforcar Pence por não cooperar com o governo do qual fazia parte e até ergueu uma forca em frente ao Capitólio. O vice-presidente comandava uma sessão no momento da invasão e, junto com membros do Congresso e jornalistas, se retirou às pressas do local.

Advogado

Assessores de Pence ouvidos pela comissão relataram que John Eastman, um dos advogados de Trump, conspirou com o então presidente para anular o resultado das eleições. Dias após a insurreição, Pence acusou a mídia de uma cobertura excessiva do ataque, mas, desde então, adotou uma linha mais agressiva em relação a Trump, na tentativa de abrir caminho para a corrida à Casa Branca em 2024.

Há outras três sessões da comissão previstas. No encontro anterior, o grupo mostrou evidências de que Donald Trump foi informado de que o argumento de que a eleição presidencial havia sido roubada não fazia sentido. "O presidente aproveitou uma teoria perigosa e não desistiu porque estava convencido de que isso o manteria no cargo", disse, ontem, Pete Aguilar, deputado democrata da Califórnia.

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