Israel

Fim de coalizão e nova eleição após um ano

Correio Braziliense
postado em 21/06/2022 00:01
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Durou exato um ano a histórica aliança que reuniu legendas de direita, centro, esquerda e, pela primeira vez, um partido árabe, para encerrar os 12 anos de Benjamin Netanyahu como chefe de goveno de Israel. Ontem, a coalizão liderada pelo primeiro-ministro Naftali Bennett, surpreendeu o país ao anunciar sua intenção de dissolver o Parlamento para convocar a quinta eleição em menos de quatro anos. O Likud, de Netanyahu, aparece em pesquisas recentes como favorito, ainda que sem maioria.

"Meu amigo, o ministro das Relações Exteriores, e eu decidimos juntos dissolver o parlamento e definir uma data para as novas eleições", disse Bennett em discurso transmitido por todos os canais de Israel, com o chanceler Yair Lapid. Por acordo, o chefe da diplomacia ocupará o cargo de premiê no período entre a dissolução do Knesset e a formação de um novo governo. "Fizemos tudo o que podíamos para preservar a coalizão", garantiu Bennett.

De sua parte, Lapid agradeceu ao primeiro-ministro "que colocou os interesses nacionais à frente dos seus". "Ele é um líder corajoso e inovador e não tenho dúvidas de que terá seu lugar na liderança do Estado nos próximos anos", afirmou o chanceler.

Bennett e Lapid reuniram selaram a união histórica em junho do ano passado. O pacto previa um rodízio entre ambos à frente do Executivo e a substituição de Bennett por Lapid em caso de dissolução do Parlamento. O chanceler prometeu respeitar o acordo e convocar novas eleições, que, segundo a imprensa local, devem ser realizadas em 25 de outubro.

Colonos

A coalizão teve que enfrentar a questão da renovação da lei sobre os colonos, que permite que a legislação israelense seja aplicada aos mais de 475 mil judeus que vivem na Cisjordânia ocupada. O texto,de 1967, é ratificado a cada cinco anos pelo Parlamento, mas a oposição, que apoia majoritariamente essa lei, conseguiu em 6 de junho reunir a maioria dos votos contra a renovação do texto, esperando mostrar as tensões internas da coalizão.

A lei tinha que ser renovada antes de 30 de junho, ou os colonos israelenses na Cisjordânia perderiam sua proteção legal. No entanto, se a Câmara fosse dissolvida, a lei seria prorrogada automaticamente. "Com a expiração dessa legislação, Israel se arriscava a enfrentar problemas graves de segurança e um caos jurídico. Eu não podia aceitá-lo", disse Bennett, líder do grupo de direita radical Yamina, para justificar a decisão.

Nas semanas anteriores a essa votação, a coligação já havia perdido a maioria, com a saída de uma deputada do partido Yamina. Desde então, outro membro do partido de direita, Nir Orbach, ameaça deixar de apoiar o governo.

Nesse contexto, a oposição liderada por Netanyahu, acusado de corrupção em uma série de casos, ameaçou apresentar um projeto de lei para dissolver o Parlamento amanhã. Mas a coalizão se antecipou.

As sondagens mais recentes continuam situando o Likud, partido de direita de Netanyahu, na liderança das intenções de voto, mas sem ultrapassar o limite da maioria (61 deputados dos 120 no Parlamento) com seus aliados dos partidos ultraortodoxos e da extrema-direita.

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