preservação

Futuro dos oceanos nas mãos dos jovens

Durante Fórum em Lisboa, o ator Jason Momoa, interprete de Aquaman, pediu o fim da irresponsabilidade e pela proteção dos mares. O secretário-geral da ONU se desculpou pela falta de atenção dada pelas gerações mais velhas ao ecossistema

Vicente Nunes Correspondente
postado em 27/06/2022 00:01
 (crédito: Reprodução )
(crédito: Reprodução )

Lisboa, Portugal — O ator norte-americano Jason Momoa, que imortalizou no cinema o super-herói Aquaman, fez, ontem, um apelo emocionado aos jovens para que protejam os oceanos, fundamentais para o equilíbrio climático do planeta. Ele participou de um encontro com 150 jovens na praia de Carcavelos, a 25 quilômetros de Lisboa, na pré-abertura da Conferência dos Oceanos promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que começa hoje e vai até 1 de julho.

"Temos o compromisso de proteger os oceanos, onde a água começa e termina a sua viagem", disse, durante o Fórum da Juventude e Inovação. "O momento de agir é agora para corrigirmos os erros do passado. Temos de parar com o tempo de irresponsabilidade", acrescentou. "Os nossos oceanos têm problemas. Nós combinamos ambição, dedicação e esperança de que podemos mudar os resultados", emendou.

Momoa recebeu o bastão da natureza, marco da Conferência, do enviado especial da ONU para os oceanos, Peter Thompson. O ator afirmou que "este marco já correu o mundo e continuará sua viagem como um símbolo duradouro para os líderes". E se comprometeu, "com respeito, admiração e humildade, se juntar à família das Nações Unidas, para fazer um "trabalho criticamente importante de gerir, proteger e preservar o oceano e todas as criaturas vivas".

O ator participará da Conferência, cujos principais debates serão realizados na Arena Altice, no Parque das Nações. Os oceanos, destacou a ONU, são os maiores ecossistemas do planeta, proporcionando o sustento de bilhões de pessoas. Mas toda essa riqueza está em risco. Os oceanos estão em grande risco, por terem se transformado em grandes depósitos de lixo, sobretudo, de plásticos.

Pedido de desculpas

Durante o discurso de encerramento do Fórum, o secretário-geral das Nações Unidas António Guterres se desculpou com os cerca de 150 jovens presentes pela falta de atenção dos mais velhos com os oceanos. "Eu quero pedir desculpa, em nome da minha geração, à vossa geração, relativamente ao estado do oceano, ao estado da biodiversidade e ao estado das alterações climáticas", disse.

Na avaliação do representante das Nações Unidas, sua geração foi responsável politicamente pela situação dos oceanos, ao agir de forma lenta ou "sem vontade de reconhecer que as condições se estavam a deteriorar no mar".

"Mesmo hoje, estamos a caminhar lentamente no sentido de reverter a tendência e reabilitar os oceanos, salvar a biodiversidade e parar as alterações climáticas", completou.

O secretário-geral da ONU também criticou a postura de líderes econômicos e outorgou às futuras gerações uma mudança de comportamento e que consista na recuperação da vida marinha.

"Vocês vão herdar um planeta em perigo e vai ser preciso que façam tudo o que for possível para reverter as decisões políticas, econômicas e também os comportamentos. Desejo o maior sucesso, o sucesso que, infelizmente, a minha geração não conseguiu alcançar", finalizou.

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