Guerra no Leste Europeu

Kremlin ameaça a Lituânia

O governo de Vladimir Putin alertou a Lituânia, ontem, sobre as "sérias" consequências das restrições da Otan e do país — integrante da União Europeia (UE) — ao tráfego ferroviário para o enclave russo de Kaliningrado. As tensões com a Lituânia, assim como a chegada de armamento alemão sofisticado para a Ucrânia e a iminente autorização para que Kiev apresente sua candidatura de adesão ao bloco europeu ameaçam piorar as já tensas relações entre Moscou e as potências ocidentais.

A Lituânia alega que se limita a cumprir as sanções impostas pela UE pela invasão à Ucrânia, mas o Kremlin denuncia uma "escalada" nas ações. E assinala que as ações "violam as obrigações legais e políticas" pertinentes do bloco europeu. "Moscou, é claro, reagirá a esses atos hostis", disse o chefe do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev, em uma reunião de segurança regional em Kaliningrado, uma região que faz fronteira com a Lituânia e a Polônia no Mar Báltico.

Os Estados Unidos reagiram às ameaças. "Apoiamos nossos aliados da Otan e apoiamos a Lituânia", afirmou a jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

Ontem, as tropas russas continuaram a ganhar terreno na bacia do Donbass, formada pelas regiões de Lugansk e Donetsk, no leste ucraniano. A ofensiva tem resultado em uma "destruição catastrófica" na cidade industrial de Lysychansk, afirmou o governador de Donetsk, Serguei Gaidai. Segundo ele, "todas as cidades e vilas" em mãos ucranianas na região de Lugansk estão "sob fogo quase ininterrupto" das tropas invasoras.