Aborto

Após retorno da Europa, Biden enfrenta uma série de desafios domésticos

Já em seu primeiro dia de volta, encontrou virtualmente com governadores democratas; entre eles, alguns que continuam a pressionar o presidente por uso maior de recursos federais para proteger o direito ao aborto

Agência Estado
postado em 03/07/2022 14:13 / atualizado em 03/07/2022 14:13
 (crédito: Anna Moneymaker/Getty Images/AFP)
(crédito: Anna Moneymaker/Getty Images/AFP)

Uma série de desafios domésticos esperam o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em seu retorno da Europa, após firmar acordos para expandir a aliança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e levar a maior presença militar dos EUA no continente desde a Guerra Fria.

Entre eles, a frustração intrapartidária dos democratas com a resposta de Biden à decisão da Suprema Corte americana que anula o direito ao aborto, preocupações econômicas contínuas e questões sobre o destino de sua agenda legislativa.

Enquanto encerrava a viagem, Biden endossou a abertura de uma exceção às regras de obstrução para aprovar a legislação que transforma em lei a decisão Roe vs. Wade. Já em seu primeiro dia de volta, encontrou virtualmente com governadores democratas; entre eles, alguns que continuam a pressionar o presidente por uso maior de recursos federais para proteger o direito ao aborto.

O apoio de Biden à exceção veio quase uma semana após a decisão da Suprema Corte que gerou protestos por todo o país. O presidente não falou publicamente sobre a questão da obstrução e o governo se esquivou de perguntas sobre o assunto até Biden anunciar sua decisão em entrevista coletiva.

A alteração da regra no Senado, porém, enfrenta empecilhos, inclusive com partidários que se opõem a modificações. Reconhecendo que não tem votos suficiente para mudar as regras de obstrução, nesta sexta-feira, Biden afirmou que os eleitores precisam eleger mais democratas para o Senado em novembro, alertando que os republicanos tentarão aprovar restrições ao aborto em todo o país se assumirem o controle do Congresso.

Antes das eleições de meio de mandato, o presidente americano precisa ainda enfrentar um ambiente carregado por uma série de problemas econômicos, incluindo altos preços de alimentos e gasolina.

Os gastos das famílias dos EUA desaceleram em maio, de acordo com dados recentes, à medida que americanos enfrentavam, além da inflação historicamente alta, os efeitos da taxas de juros elevadas, que podem levar o país a concretizar a ameaça de recessão.

De acordo com uma pesquisa da Associated Press-NORC Center for Public Affairs Research, divulgada na quarta-feira, cerca de 85% dos adultos dos EUA dizem que o país está no caminho errado e 79% consideram a economia pobre. Somente 39% dos americanos aprovam a liderança de Biden e 69% desaprovam sua gestão da economia.

No Capitólio, um esforço bipartidário para aumentar a produção de semicondutores dos EUA e a competitividade com a China - uma prioridade para Biden - enfrenta problemas com a oposição na tramitação no Senado, assim como o plano orçamentário para medicamentos controlados.

Caso os democratas percam o poder em um ou ambas as casas do Congresso no pleito de novembro, como muitos analistas eleitorais projetam, a agenda do presidente tende a ficar mais prejudicada, além disso republicanos ameaçam inúmeras investigações contra o governo de Biden, bem como sobre os negócios no exterior de Hunter Biden, filho do presidente.

(Com Dow Jones Newswires)

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.