Guerra na Ucrânia

Ataques russos deixam 17 mortos em cidade do centro da Ucrânia

De acordo com as equipes de emergência, o ataque atingiu um estacionamento ao lado de um prédio comercial do centro de Vinnytsia que abriga escritórios e pequenas lojas

Agência France-Presse
postado em 14/07/2022 10:03 / atualizado em 14/07/2022 10:31
 (crédito:  STR / AFP)
(crédito: STR / AFP)

Kiev, Ucrânia- Ataques de mísseis russos deixaram 17 mortos em uma cidade da região central da Ucrânia nesta quinta-feira (14/7), uma ação classificada como "ato aberto de terrorismo" pelo presidente do país, Volodymyr Zelensky.

O bombardeio em Vinnytsia, cidade relativamente afastada dos combates, provocou 17 vítimas fatais, incluindo duas crianças, e dezenas de feridos, segundo as autoridades de ucranianas.

Os bombeiros lutavam contra um incêndio provocado pelos ataques, informaram os serviços de emergência.

"A cada dia, a Rússia mata civis, mata crianças ucranianas, lança mísseis contra alvos civis onde não há nada militar. O que é isto senão um ato aberto de terrorismo?", denunciou no Telegram o presidente ucraniano, que pediu a criação de um tribunal especial de crimes de guerra em Haia.

O ataque aconteceu no momento em que começava uma reunião de ministros das Relações Exteriores e da Justiça da União Europeia (UE), além de líderes políticos, diplomatas e autoridades judiciais de todo o mundo, em Haia para abordar os supostos crimes de guerra na Ucrânia desde 24 de fevereiro.

O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse que a Rússia deve ser considerada responsável por suas ações na Ucrânia.

"Tudo que queremos é que o crime de agressão não fique impune", disse no início do encontro.

- Tribunal de crimes de guerra? -


O Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia abriu uma investigação sobre possíveis crimes de guerra na Ucrânia pouco depois do início da invasão do país e enviou dezenas de investigadores para coletar provas.

O promotor Karim Khan visitou Bucha, cidade na periferia de Kiev que virou símbolo das atrocidades das forças russas após a descoberta de vários corpos nas ruas.

Desde que a Rússia iniciou a ofensiva na Ucrânia, em 24 de fevereiro, milhares de pessoas morreram e milhões foram obrigadas a fugir dos combates.

Nas últimas semanas, os ataques russos na região central do país se tornaram mais raros e Moscou passou a concentrar sua estratégia no sul e leste.

No sul, a cidade de Mykolaiv, perto de Odessa (maior porto da Ucrânia), foi alvo de um grande bombardeio na manhã de quinta-feira.

"Duas escolas, infraestruturas de transporte e um hotel foram atingidos", afirmou a presidência em seu boletim diário.

No leste, na bacia de mineração do Donbass, parcialmente sob controle de separatistas pró-Rússia desde 2014, as forças leais a Moscou afirmaram que estão perto de concretizar seu próximo objetivo.

"Siversk está sob nosso controle operacional, o que significa que o inimigo pode ser atingido por nosso fogo em toda a região", afirmou um dos líderes rebeldes pró-Rússia, Daniil Bezsonov, citado pela agência russa de notícias TASS.

Apesar das várias rodadas de negociações para acabar com o conflito, Kiev e Moscou nunca tiveram sucesso. Mas agora parece que as conversações entre os dois governos sobre a exportação de grãos ucranianos estão avançando.

Na quarta-feira, uma reunião sobre a questão delicada foi organizada em Istambul, com a presença ainda de representantes da Turquia e da ONU. Um novo encontro está programado para a próxima semana.

"O triunfo desta história não é necessário apenas para o nosso país, mas também - sem exagerar - para o mundo inteiro", afirmou Zelensky na quarta-feira à noite.

A Ucrânia é um dos maiores exportadores mundiais de trigo e outros cereais. Quase 20 milhões de toneladas de grãos estão bloqueadas nos portos da região de Odessa pela presença de navios de guerra russos e de minas, instaladas por Kiev para defender sua costa.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação