Condenação

Iraniano é condenado à inédita prisão perpétua na Suécia por execuções

O julgamento tensionou as relações entre Suécia e Irã e levanta preocupações sobre possíveis represálias contra prisioneiros ocidentais mantidos em instalações iranianas

Agência France-Presse
postado em 14/07/2022 10:53 / atualizado em 14/07/2022 11:05
Pessoas reagem do lado de fora do Tribunal Distrital de Estocolmo, em Estocolmo, Suécia, em 14 de julho de 2022, após a sentença de prisão perpétua do julgamento por crime de guerra contra Hamid Noury. -  (crédito:  CHRIS ANDERSON / TT NEWS AGENCY / AFP)
Pessoas reagem do lado de fora do Tribunal Distrital de Estocolmo, em Estocolmo, Suécia, em 14 de julho de 2022, após a sentença de prisão perpétua do julgamento por crime de guerra contra Hamid Noury. - (crédito: CHRIS ANDERSON / TT NEWS AGENCY / AFP)

Estocolmo, Suécia-A Justiça sueca condenou, nesta quinta-feira (14/7), um ex-diretor de uma prisão iraniana por seu papel nas execuções em massa de milhares de opositores por parte do regime de Teerã, em 1988 - uma sentença sem precedentes no mundo.

Hamid Nury, de 61 anos, à época procurador-assistente em uma prisão perto de Teerã, foi considerado culpado de "crimes agravados contra o direito internacional" e de "assassinatos", conforme a decisão do tribunal de Estocolmo.

"O acusado, em seu papel de procurador-assistente na prisão de Gohardast em Karaj, perto de Teerã, de maneira conjunta e em conluio com outros, esteve envolvido nas execuções que ocorreram após um 'fatwa' do guia supremo do Irã", o aiatolá Khomeini, afirma a sentença.

Iniciado em agosto de 2021, o julgamento tensionou as relações entre Suécia e Irã e levanta preocupações sobre possíveis represálias contra prisioneiros ocidentais mantidos em instalações iranianas. Entre eles, estão dois cidadãos sueco-iranianos condenados à pena de morte.

Grupos de defesa dos direitos humanos estimam que pelo menos 5.000 presos foram executados em 1998 neste sangrento expurgo que teve como principal membros do movimento armado de oposição dos Mujahedines do Povo (MEK). Segundo o MEK, o balanço de vítimas chega a 30.000 pessoas.

 

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