Guerra no Leste Europeu

Rússia corta fornecimento de gás

Correio Braziliense
postado em 28/07/2022 00:01
 (crédito: John MacDougall/AFP)
(crédito: John MacDougall/AFP)

A gigante estatal petrolífera russa Gazprom voltou a reduzir as entregas de gás, através do gasoduto Nord Stream, para quase 20%, de acordo com dados da operadora alemã Gascade. Cerca de 17,3 gigawatss-hora (GWh) chegaram à Alemanha, a partir da Rússia, entre 8h e 9h (3h e 4h em Brasília), em comparação com uma média de quase 29 GWh por hora nos últimos dias. "Desde as 8h, o Nord Stream 1 transporta 1,28 milhão de metros cúbicos por hora, o que representa cerca de 20% da capacidade máxima do gasoduto", anunciou a opeadora alemã Gascade, que administra a rede na Alemanha.

A redução no formecimento de gás ocorre um dia depois da decisão da União Europeia (UE) de racionar o gás em 15%, entre agosto de 2022 e março de 2023, para diminuir a dependência dos suprimentos russos. Os 27 países-membros do bloco também se preparam para a ameaça de escassez do produto durante o inverno. 

O grupo italiano Eni também foi informado pela Gazprom que as entregas de gás seriam limitadas a 27 milhões de metros cúbicos, contra 34 milhões "nos últimos dias". Antes da invasão russa da Ucrânia, o Nord Stream transportava cerca de 73 GWh por hora, abastecendo a Alemanha, que é particularmente dependente do gás russo, mas também outros países europeus através do Mar Báltico. Em juulho, o gasoduto havia interrompido por completo suas operações por 10 dias para manutenção. 

O impacto da nova interrupção no fornecimento foi sentido imediatamente pelo consumidor. Ontem, os preços do gás subiram quase 2% e foram negociados perto do valor recorde registrado desde a invasão da Rússia à Ucrânia, em 24 de fevereiro. Na segunda-feira, a Gazprom avisou que reduziria pela metade as entregas diárias de gás via Nord Strem, sob a alegação de operação de manutenção em uma turbina.  No entanto, um porta-voz do Kremlin atribuiu a redução da ofera a sanções ocidentais tomadas contra a Rússia após o início da guerra. "Se não fossem estas restrições, tudo teria sido cumprido (...) dentro do prazo habitual", afirmou. Os países ocidentais rejeitam o argumento e acusam Moscou de utilizar o gás como arma econômica e política. 

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