Rússia

Julgada na Rússia, jogadora americana de basquete Griner se declara culpada

O julgamento de Brittney Griner acontece em um momento de escalada entre Moscou e Washington, devido à guerra na Ucrânia

Julgada e detida na Rússia, a jogadora de basquete americana Brittney Griner se declarou culpada, nesta quinta-feira (7/6), da acusação de tráfico de drogas, um caso monitorado de perto pelo governo dos Estados Unidos, em um contexto de tensão com Moscou.

"Desejo me declarar culpada de todas as acusações (...) Mas não pretendia violar a lei russa", disse a jogadora, de 31 anos, em um tribunal de Khimki, na periferia de Moscou, conforme uma jornalista da AFP.

Seu julgamento está sendo acompanhado com muita atenção pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que fez de sua libertação uma "prioridade".

Na quarta-feira, Biden leu uma carta da jogadora, duas vezes campeã olímpica (Rio-2016 e Tóquio-2020), e falou com sua esposa.

"Sei que estão lidando com muitas coisas, mas, por favor, não se esqueçam de mim e dos outros detidos americanos", escreveu Griner na missiva ao governo.

"Por favor, façam todo o possível para nos levar para casa", insistiu.

O julgamento acontece em um momento de escalada entre Moscou e Washington, devido à guerra na Ucrânia. Russos e americanos se acusam, histórica e mutuamente, de deterem nacionais de um e de outro lado para fins políticos. Várias trocas de prisioneiros aconteceram nos últimos anos.

Antes da segunda audiência do processo de Griner, nesta quinta, a diplomacia russa havia criticado a "investida publicitária" dos Estados Unidos sobre Griner.

A atleta do Phoenix Mercury atuava em um clube russo, aproveitando-se do fim da temporada da liga profissional americana. A prática é bastante comum entre as jogadoras da WNBA para obter maiores salários.

Parcialmente fechado, com presença limitada de jornalistas no tribunal, o processo foi decidido "a pedido da defesa, a pedido da própria Griner", informou a porta-voz do tribunal de Khimki, Polina Vdovtsova, no início de julho.

Griner foi detida no aeroporto de Moscou em fevereiro deste ano, depois que cigarros eletrônicos e óleo de cannabis foram encontrados em sua bagagem de mão, de acordo com o serviço alfandegário federal russo. Se for considerada culpada, pode ser condenada a até dez anos de prisão.

Em maio, o governo dos Estados Unidos afirmou que a Rússia havia detido "injustamente" a atleta, que tem 2,03 metros de altura. Seu caso está nas mãos do enviado especial dos Estados Unidos, responsável pelas situações de pessoas capturadas como reféns.

 

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