Estados Unidos

Biden mira em Trump e 'apoiadores extremistas' do ex-presidente

"Não há lugar para a violência política nos Estados Unidos", comentou Biden, referindo-se a invasão do ano passado ao Capitólio

Agência France-Presse
postado em 02/09/2022 09:49 / atualizado em 02/09/2022 09:50
 (crédito: ALEX WONG / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
(crédito: ALEX WONG / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

Washington, Estados Unidos- O presidente americano, Joe Biden, chamou Donald Trump e "os extremistas" que o apoiam de inimigos da democracia americana, durante um discurso nesta quinta-feira na Filadélfia, com o qual buscou encorajar os eleitores antes das eleições de meio de mandato, em novembro.

Biden atacou principalmente os republicanos que abraçam a ideologia Make America Great Again (Maga). "Donald Trump e os republicanos da Maga representam um extremismo que ameaça as próprias bases da nossa república", disse Biden perto do local onde foi proclamada a Declaração de Independência e aprovada a Constituição americana, há mais de dois séculos.

"Não há lugar para a violência política nos Estados Unidos. Nenhum, nunca", assinalou Biden, referindo-se a invasão do ano passado ao Capitólio realizada por apoiadores de Trump que se negaram a aceitar o resultado das eleições presidenciais.

"Durante muito tempo, temos dito a nós mesmos que a democracia americana está garantida, mas não está. Temos que defendê-la, todos e cada um de nós. Peço à nossa nação que se una atrás do único propósito de defender a nossa democracia, independentemente da sua ideologia", pediu Biden.

Segundo o democrata, "as forças da Maga estão decididas a fazer este país retroceder. Retroceder a um Estados Unidos da América onde não haja direito à escolha, à privacidade, à anticoncepção, nem o direito a se casar com quem se ama".

O presidente busca dar impulso ao Partido Democrata antes das eleições de meio de mandato, nas quais estará em jogo o controle do Congresso.

Donald Trump, em uma reação enigmática às palavras de Biden, postou em sua plataforma online Truth Social uma imagem dividida com Joe Biden à esquerda cerrando os punhos no púlpito e ele à direita beijando uma bandeira americana.

"Alguém deveria explicar a Joe Biden o que MAGA significa... Se ele não quer tornar a América grande novamente, nem mesmo com palavras, ações e pensamentos, então ele certamente não deveria representar os Estados Unidos da América", afirmou Trump na legenda que acompanha a imagem.

Um dos temas centrais do discurso de Biden foi "a batalha pela alma da nação". A expressão se refere a um texto que o presidente publicou na revista "The Atlantic" em 2017, após uma manifestação de supremacistas brancos na localidade de Charlottesville, Virgínia, que terminou com uma morte e dezenas de feridos. "Estamos vivendo uma batalha pela alma desta nação", escreveu ele.

Após a sua eleição, em 2020, o político veterano considerou travar essa batalha por meio do diálogo com legisladores republicanos e de reformas pró-classe média.

- Pesquisas -


Segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira pelo "Wall Street Journal", caso as eleições legislativas de meio de mandato fossem realizadas hoje, 47% dos eleitores estariam inclinados a votar nos democratas, contra 44% para os republicanos. Em março, a direita tinha uma vantagem de 5 pontos percentuais.

Os democratas sonham com uma façanha nessa eleição, que renova a totalidade da Câmara dos Representantes e um terço do Senado e é tradicionalmente desfavorável para o partido no poder.

O debate político mudou desde o começo do verão no hemisfério norte. A inflação diminuiu, o que possibilitou a Biden promover uma série de reformas e anunciar a morte do líder da Al-Qaeda em um ataque americano.

O suficiente para enfrentar dois grandes eixos da campanha republicana: a queda do poder aquisitivo e a fragilidade do presidente mais idoso da história do país.

Várias pesquisas mostram bons desempenhos dos democratas em questões como a defesa do direito ao aborto e avanços sociais, onde os republicanos agora são amplamente vistos como reacionários.

Também se destacam pela preocupação com a democracia e a rejeição da violência política, aspectos em que a figura de Trump invariavelmente aparece.

O Partido Democrata ainda terá dificuldade em manter o controle da Câmara dos Representantes, mas espera preservar sua maioria no Senado e a Pensilvânia será crucial para que isso aconteça.

Biden já viajou para aquele estado na terça-feira e retornará na próxima segunda-feira para comemorar o Dia do Trabalho com o candidato democrata ao Senado John Fetterman.

Trump também irá para a Pensilvânia no sábado para apoiar seu candidato nesta corrida, Mehmet Oz.

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