guerra no leste europeu

Ucrânia encontra vala com 440 corpos enterrados e culpa Rússia

Em entrevista ao Correio, Anatoliy Tkach, encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia em Brasília, classificou como "chocantes" as informações sobre os corpos encontrados

Rodrigo Craveiro
postado em 16/09/2022 06:00 / atualizado em 16/09/2022 06:34
 (crédito: Presidência da Ucrânia/Divulgação)
(crédito: Presidência da Ucrânia/Divulgação)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou ontem a descoberta de mais uma "vala comum", dessa vez em Izyum — cidade reconquistada pelos soldados de seu país das mãos dos ocupantes russos durante a contraofensiva em Kharkiv (leste). "Queremos que o mundo saiba o que a ocupação russa provoca", declarou Zelensky, que não forneceu detalhes sobre o número de cadáveres no local ou a causa da morte. "Teremos mais informações verificadas e claras amanhã", acrescentou, em sua mensagem de vídeo diária.

No entanto, Sergui Botvinov, chefe da polícia da região de Kharkiv, afirmou à emissora Sky News que 440 cadáveres foram descobertos em Izyum. "Posso dizer que é uma das maiores covas em uma cidade libertada. São cerca de 400 corpos enterrados em um só lugar." Ao ser questionado por jornalistas sobre como as pessoas morreram, ele respondeu: "Sabemos que algumas delas foram executadas, outras morreram por causa do fogo de artilharia. Algumas em bombardeios. Temos relatos de que muitos corpos não foram identificados, e as razões das mortes serão esclarecidas durante as investigações."

Em entrevista ao Correio, Anatoliy Tkach, encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia em Brasília, classificou como "chocantes" as informações sobre o que ocorreu em Izyum. "Não é possível, sem muita dor, receber as notícias tão tristes. Vimos imagens semelhantes às que os bárbaros russos fizeram, por exemplo, em Bucha e em outras cidades nas proximidades da capital ucraniana, onde até agora foram encontrados corpos dos 1.360 civis mortos. Em todo lugar que sofreu a ocupação russa, os ocupantes deixaram os mesmos vestígios: civis mortos e torturados, destruição da infraestrutura civil e roubo de tudo o que estivesse ao alcance", afirmou. "Todos os crimes de guerra estão sendo documentados e investigados para trazer os responsáveis à Justiça." 

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