O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou ontem a descoberta de mais uma "vala comum", dessa vez em Izyum — cidade reconquistada pelos soldados de seu país das mãos dos ocupantes russos durante a contraofensiva em Kharkiv (leste). "Queremos que o mundo saiba o que a ocupação russa provoca", declarou Zelensky, que não forneceu detalhes sobre o número de cadáveres no local ou a causa da morte. "Teremos mais informações verificadas e claras amanhã", acrescentou, em sua mensagem de vídeo diária.
No entanto, Sergui Botvinov, chefe da polícia da região de Kharkiv, afirmou à emissora Sky News que 440 cadáveres foram descobertos em Izyum. "Posso dizer que é uma das maiores covas em uma cidade libertada. São cerca de 400 corpos enterrados em um só lugar." Ao ser questionado por jornalistas sobre como as pessoas morreram, ele respondeu: "Sabemos que algumas delas foram executadas, outras morreram por causa do fogo de artilharia. Algumas em bombardeios. Temos relatos de que muitos corpos não foram identificados, e as razões das mortes serão esclarecidas durante as investigações."
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Em entrevista ao Correio, Anatoliy Tkach, encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia em Brasília, classificou como "chocantes" as informações sobre o que ocorreu em Izyum. "Não é possível, sem muita dor, receber as notícias tão tristes. Vimos imagens semelhantes às que os bárbaros russos fizeram, por exemplo, em Bucha e em outras cidades nas proximidades da capital ucraniana, onde até agora foram encontrados corpos dos 1.360 civis mortos. Em todo lugar que sofreu a ocupação russa, os ocupantes deixaram os mesmos vestígios: civis mortos e torturados, destruição da infraestrutura civil e roubo de tudo o que estivesse ao alcance", afirmou. "Todos os crimes de guerra estão sendo documentados e investigados para trazer os responsáveis à Justiça."
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