ELEIÇÕES 2022

Eleições 2022: Lisboa registra longas filas para votação, mas sem tumultos

Número de eleitores presentes na Faculdade de Direito de Lisboa surpreendeu os organizadores. Previsão é de abstenção abaixo da média dos últimos anos

Vicente Nunes - Correspondente em Portugal
postado em 02/10/2022 07:15 / atualizado em 02/10/2022 08:40
Votação em Lisboa -  (crédito: Vicente Nunes/CB/D.A. Press)
Votação em Lisboa - (crédito: Vicente Nunes/CB/D.A. Press)

Lisboa — Os eleitores compareceram em peso para votar nas eleições presidenciais deste ano em Portugal, segundo maior colégio eleitoral fora do Brasil, com quase 80 mil votantes. As filas na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa estão dobrando quarteirões, o que surpreendeu os organizadores. Somente na capital portuguesa, 45.273 cidadãos estão aptos a cravar os votos nas urnas. Apesar do grande número de pessoas, não houve registros de tumultos durante as primeiras horas da manhã. A Polícia de Segurança Pública (PSP) reforçou o efetivo no entorno da faculdade. O total de seguranças privados mais que dobrou em relação ao pleito de 2018.

A aposentada Samaritana Garcia Bastos, 80 anos, que mora há 55 anos de Portugal, disse que nunca viu tanta gente participar das votações. “Se pegar todo mundo aqui, acho que a fila chega na Espanha”, brincou. Ela ressaltou que, mesmo não sendo obrigado a comparecer às urnas, fez questão de registrar sua escolha por se tratar de um exercício de cidadania. “Nunca deixei de votar, é muito importante”, frisou. Ela contou que a seção na qual votou houve um problema na urna, mas que logo foi solucionado. “Foi até rápido”, emendou.

A jovem Catarina, 22, que não informou o sobrenome, destacou que estava muito feliz por ter a oportunidade de votar. Segundo ela, o fato de estar vivendo fora do Brasil não a impede de participar da política do país. “Votar é importante”, afirmou. Lucas, 26, que também não informou o sobrenome, disse que ele e a mulher optaram por chegar cedo para que pudessem votar logo. Ele está há apenas oito meses em Portugal, porém, conseguiu transferir o título para Lisboa a fim de garantir a participação nas eleições.
Para Ana Cristina Queiroz, 52, o direito ao voto é uma conquista. Portanto, é preciso exercê-lo sempre. “É muito importante votar, até para podermos cobrar aqueles que forem eleitos”, enfatizou. Nem mesmo as longas filas tiraram o humor dela. “As pessoas vieram votar mais cedo para aproveitar o restante do dia”, assinalou. Outras, como Cristiane Santos, que chegou ao local de votação às 3h da manhã, e Rafaela e Gislaine, que entraram na fila às 5h, tinham que voltar para suas cidades a tempo de ainda trabalharem. Cristiane vive em Alcobaça e Rafaela e Gislaine, em Loures, centro de Portugal.

A expectativa do cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Wladimir Valler Filho, é de que tudo transcorra bem até o final da votação, às 17h. Segundo quem acompanha eleições em Portugal há muito tempo, o índice de abstenção neste ano, que sempre fica acima de 50%, deve ser um dos menores da história, o que comprava o comprometimento dos eleitores e, mais do que isso, reforça a polarização vivida no Brasil. Também ha votações no Porto e em Faro.

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