Tragédia

Dezessete migrantes mortos em dois naufrágios na Grécia

Imagens divulgadas pela Guarda Costeira mostram náufragos tentando escapar das grandes ondas que batiam nas rochas enquanto os socorristas usavam máquinas para o resgate

Agência France-Presse
postado em 06/10/2022 10:21
 (crédito: Handout / HELLENIC COAST GUARD / AFP)
(crédito: Handout / HELLENIC COAST GUARD / AFP)

Atenas, Grécia- Ao menos 17 migrantes morreram, quase todos mulheres, em dois naufrágios na costa da Grécia, informou nesta quinta-feira (6/10) a Guarda Costeira do país.

De acordo com o porta-voz da Guarda Costeira, Nikos Kokkalas, 16 corpos de mulheres e de um jovem foram encontrados após um segundo naufrágio ao leste da ilha de Lesbos.

Dez mulheres foram resgatadas, mas outras 10 pessoas estão desaparecidas. As autoridades gregas acreditam que 40 pessoas estavam a bordo da embarcação.

"As mulheres estavam aterrorizadas", disse Kokkalas.

Algumas horas antes aconteceu outro naufrágio, perto da ilha de Citera, ao sul da península do Peloponeso. A embarcação transportava 95 pessoas, segundo a Guarda Costeira.

Imagens impressionantes divulgadas pela Guarda Costeira mostram náufragos tentando escapar das grandes ondas que batiam nas rochas enquanto os socorristas usavam máquinas para o resgate.

Alguns migrantes conseguiram nadar até o resgate e uma operação combinada de navios, bombeiros e policiais conseguiu encontrar 80 pessoas, procedentes do Irã, Iraque e Afeganistão.

Os ventos, que chegavam a 102 km/h, prejudicaram os trabalhos de resgate na região de Citera.

O tráfico de migrantes a partir da Turquia aumentou no sul da Grécia à medida que os contrabandistas tentam evitar o reforço dos controles no Mar Egeu.

Grécia, Itália e Espanha são as principais vias de entrada na União Europeia para milhares de pessoas que fogem da África e do Oriente Médio em busca de segurança e melhores condições de vida.

A Guarda Costeira grega informou que resgatou 1.500 pessoas nos primeiros oito meses do ano, contra menos de 600 no ano passado.

Desde janeiro, 64 pessoas morreram em tentativas de chegar à Europa a partir das costas da Turquia, contra 111 em todo o ano de 2021, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

A Grécia nega as afirmações de grupos de defesa dos direitos humanos de que muitas pessoas foram devolvidas para a Turquia sem a oportunidade de solicitar asilo.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que tem uma forte rivalidade com Atenas, afirmou em setembro que as "políticas opressivas" da Grécia contra os imigrantes estavam transformando o Egeu em um "cemitério".

O ministro das Migrações da Grécia, Notis Mitarakis, respondeu esta semana que a Turquia está "empurrando violentamente os migrantes para a Grécia".

Ele disse que a Turquia viola as "leis internacionais" e um acordo migratório de 2016 entre a UE e a Turquia, pelo qual o bloco concedeu ajuda econômica a Ancara para que limitasse as saídas de migrantes a partir de seu território. A Turquia nega as acusações.

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