VATICANO

Papa faz apelo para 'silenciar armas' na Ucrânia e no mundo

O papa Francisco, de 86 anos, defende a paz de maneira incansável desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro

Agence France-Presse
postado em 25/12/2022 17:31 / atualizado em 25/12/2022 17:31
 (crédito:  ANDREAS SOLARO / AFP)
(crédito: ANDREAS SOLARO / AFP)

O papa Francisco fez um apelo neste domingo (25/12) para "silenciar as armas" na Ucrânia, país afetado por uma "guerra sem sentido", durante sua tradicional mensagem de Natal e voltou a recordar outras regiões de conflito no mundo.

"Que o nosso olhar seja preenchido com os rostos dos irmãos e irmãs ucranianos, que vivem este Natal no escuro, sob a intempérie ou longe de suas casas, por causa da destruição provocada por 10 meses de guerra", declarou o papa argentino diante de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro do Vaticano, incluindo alguns com bandeiras ucranianas.

"Que o Senhor nos prepare a fazer gestos concretos de solidariedade para ajudar aqueles que estão sofrendo e ilumine as mentes daqueles que têm o poder de silenciar as armas e acabar de maneira imediata com esta guerra sem sentido", acrescentou.

"Lamentavelmente se prefere escutar outras razões, ditadas pelas lógicas do mundo", afirmou o sumo pontífice, antes de constatar "com dor que [...] os ventos cruéis da guerra continuam a soprar sobre a humanidade".

O papa Francisco, de 86 anos, defende a paz de maneira incansável desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.

Antes de pronunciar a bênção "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo), o papa destacou os conflitos que abalam o mundo, algo faz com frequência, e citou 10 países afetados por violências ou tensões, que descreveu como "cenários desta Terceira Guerra Mundial".

Francisco mencionou o Afeganistão, o conflito israelense-palestino, Iêmen, Síria, Mianmar, Líbano - nação assolada por uma grave crise econômica e social - e Haiti, onde mais de 1.400 pessoas morreram em atos de violência este ano, segundo a ONU.

Pela primeira vez, o papa citou o Irã, cenário de uma onda de protestos sem precedentes desde a Revolução Islâmica de 1979, com mais de 14.000 detenções desde setembro, segundo a ONU, e 469 manifestantes mortos, de acordo com ONG 'Iran Human Rights', com sede em Oslo.

O papa Francisco também pediu que a comida não seja utilizada como "arma", em referência aos conflitos que afetam em particular a região do Chifre da África.

"Toda guerra - sabemos - provoca fome e usa a própria comida como arma, impedindo sua distribuição entre as pessoas que já estão sofrendo. Neste dia, aprendendo com o Príncipe da Paz, nos comprometamos todos - em primeiro lugar os que têm responsabilidades políticas - para que a comida não seja mais que um instrumento de paz", declarou.

Quase 7.000 pessoas compareceram no sábado à noite à Missa do Galo oficiada pelo papa na basílica de São Pedro, segundo o Vaticano. Outras 4.000 pessoas que não conseguiram ingressos acompanharam a cerimônia em telões instalados do lado de fora do templo.

Francisco rezou pelas "crianças devoradas pelas guerras, a pobreza e a injustiça" e lamentou que "os homens e mulheres em nosso mundo, em sua fome de riqueza e poder, consomem até mesmo seus vizinhos, seus irmãos e irmãs".

Diante do "consumismo", o pontífice convidou os fiéis a um "distanciamento do cenário mundano” e a redescobrir o sentido do Natal, através de uma Igreja de caridade a serviço dos pobres.

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