ACIDENTE

Explosão de mina de carvão na Colômbia deixa ao menos 11 mortos

As tragédias mineiras são frequentes na Colômbia, especialmente nas explorações ilegais de Cundinamarca e em outros departamentos do centro e do nordeste do país

Agence France-Presse
postado em 15/03/2023 14:44 / atualizado em 15/03/2023 14:44
 (crédito: CUNDINAMARCA FIRE DEPARTMENT / AFP)
(crédito: CUNDINAMARCA FIRE DEPARTMENT / AFP)

Pelo menos 11 pessoas morreram, e outras 10 estão soterradas, após uma explosão dentro de uma mina de carvão no centro da Colômbia – informaram autoridades locais nesta quarta-feira (15/3).

O incidente resultou do "acúmulo de gases" que explodiram devido a uma faísca gerada no trabalho e que causou uma reação em cadeia, explicou o governador de Cundinamarca, Nicolás García, em entrevista à Blu Radio.

“Ainda estamos nas buscas e resgates das dez (pessoas) que nos restam” e que permanecem presas. "Cada minuto que passa é menos tempo de oxigênio" e é "bastante difícil" encontrá-los com vida, lamentou.

"Aconteceu uma lamentável tragédia na mina de Sutatausa, onde 11 pessoas morreram. Estamos fazendo todos os esforços com o governo de Cundinamarca para resgatar com vida as pessoas soterradas. Um abraço de solidariedade às vítimas e seus familiares", disse o presidente Gustavo Petro no Twitter.

A explosão ocorreu na noite de terça-feira em um túnel de seis minas legais "que se comunicam entre si", segundo o governador.

A Agência Nacional de Mineração (ANM) informou no Twitter que dois trabalhadores foram "resgatados com vida".

Joselito Rodríguez, um sobrevivente de 33 anos, relatou à AFP o momento da explosão: "estava trabalhando normalmente quando senti (o estrondo)", logo "senti como se fosse me afogar e não via nada".

"Graças a Deus estamos bem, mas outros estão sem vida", acrescentou em uma conversa telefônica, depois de ser atendido em um hospital. Segundo Rodríguez, homens com menos de 40 anos trabalhavam nas minas.

As tragédias mineiras são frequentes na Colômbia, especialmente nas explorações ilegais de Cundinamarca e em outros departamentos do centro e do nordeste do país.

O Ministério de Minas e Energia registrou mais de 1.600 acidentes desse tipo desde 2011 até maio de 2022, deixando uma média de 103 mortes anuais.

Resgate contra o relógio 

Os mineiros presos em Sutatausa estão a 900 metros de profundidade, o que dificulta os trabalhos de busca dos mais de 100 socorristas envolvidos, acrescentou o governador.

Imagens divulgadas na imprensa mostram bombeiros e trabalhadores da agência de gestão de desastres operando nas entradas das minas. Ao redor, um grupo de pessoas aguarda, desde a madrugada, informações sobre seus familiares.

Trabalhadores de outras minas próximas chegaram com suas caixas amarelas e lanternas para se somarem aos esforços de resgate.

O acúmulo de gases é o motivo mais comum de acidentes na mineração no maior produtor de carvão da América Latina.

Em junho do ano passado, 15 pessoas morreram por esse motivo em uma mina de carvão localizada no município de Zulia, perto da fronteira com a Venezuela.

"Veneno" 

Associações denunciam constantemente as más condições dos trabalhadores de empresas nacionais e multinacionais, que chegam a trabalhar sem a proteção adequada e por mais horas do que o que indica a jornada. Pelo menos 130.000 pessoas vivem desta atividade legalmente.

Desde antes de chegar ao poder, em agosto, Petro considera o carvão um "veneno" e propôs aos mineiros que migrem para a agricultura, a produção de energias limpas ou turismo. Petróleo e mineração são os principais produtos de exportação do país.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para contato. Clique aqui e mande o e-mail.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE