EUA

Biden recebe presidente sul-coreano e lhe enviará um submarino nuclear

O presidente Yoon, em uma visita de Estado de seis dias, foi aplaudido por centenas de pessoas reunidas em frente à Casa Branca e recebeu honras militares.

Sebastian Smith e Leon BRUNEAU - AFP
postado em 26/04/2023 19:08
 (crédito: Kevin Dietsch / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
(crédito: Kevin Dietsch / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu as boas-vindas ao seu homólogo sul-coreano, Yoon Suk Yeol, na Casa Branca nesta quarta-feira (26) e dará luz verde ao destacamento "ocasional" de um submarino nuclear para reforçar o guarda-chuva de segurança do seu aliado contra a Coreia do Norte

O presidente Yoon, em uma visita de Estado de seis dias, foi aplaudido por centenas de pessoas reunidas em frente à Casa Branca e recebeu honras militares.

É a segunda visita de Estado de um líder estrangeiro sob a presidência de Biden, depois do presidente francês, Emmanuel Macron, em dezembro passado.

Pouco antes da reunião, Biden saudou "um vínculo inquebrável" entre os dois países e sua "aliança de ferro" iniciada durante a Guerra da Coreia, sete décadas atrás.

Ambos os líderes falarão no Salão Oval e depois darão uma coletiva de imprensa conjunta antes de se juntarem a suas esposas para um jantar de gala à noite.

Antes da reunião de conotação geoestratégica, altos funcionários afirmaram que os presidentes Biden e Yoon anunciarão medidas destinadas a fortalecer a dissuasão contra ameaças do vizinho do Norte, incluindo a escala de um submarino nuclear na Coreia do Sul pela primeira vez em décadas.

O deslocamento "ocasional" deste submarino equipado com mísseis balísticos com capacidade nuclear é uma das principais medidas de uma "Declaração de Washington" que eles adotarão nesta quarta-feira.

Esta declaração estabelece também um mecanismo de consulta e troca de informações com Seul sobre energia nuclear, que visa reforçar o guarda-chuva de segurança dos EUA e tranquilizar o aliado sul-coreano.

"Os Estados Unidos, realmente, não tomam tais medidas desde os dias da Guerra Fria com um punhado de nossos aliados mais próximos na Europa", disse o funcionário.

"Queremos garantir que, ao adotar essas medidas, o nosso compromisso com uma maior dissuasão não seja questionado", acrescentou.

A Coreia do Norte lançou um número sem precedentes de mísseis balísticos este ano.

Outra autoridade, também falando sob condição de anonimato, disse que os Estados Unidos não têm intenção de estacionar armas nucleares na Coreia do Sul.

Além disso, Seul reafirmará na declaração seu compromisso de não buscar adquirir seu próprio arsenal nuclear.

 Mais "visível"

Para os Estados Unidos, trata-se de tornar "nosso sistema de dissuasão mais visível por meio da implantação em intervalos regulares de meios estratégicos, incluindo a visita de um submarino nuclear à Coreia do Sul, o que não acontece desde o início dos anos 1980", disse o funcionário dos EUA.

Além dos submarinos, haverá "um ritmo regular de visitas de bombardeiros e porta-aviões". Mas "não haverá estacionamento desses meios nem de armas nucleares, obviamente", acrescentou.

O responsável afirmou que as autoridades americanas já tinham alertado previamente as autoridades chinesas para explicar "o raciocínio" que levou a estas medidas, embora Pequim denuncie uma nova escalada na região. E reiterou a "decepção" de Washington, que lamenta que Pequim não tenha "usado sua influência" sobre Pyongyang.

Os presidentes Biden e Yoon tomarão outras medidas na cooperação econômica, cibernética e de mudança climática.

O presidente sul-coreano chegou na segunda-feira à capital. Na terça-feira, visitou o cemitério de Arlington e o Centro Espacial Goddard da Nasa, perto de Washington, acompanhado pela vice-presidente americana, Kamala Harris.

À noite, ele visitou com Biden o Memorial da Guerra da Coreia, localizado no centro de Washington e que mostra figuras de aço em escala real de soldados que patrulhavam durante a Guerra da Coreia (1950-1953) contra o norte comunista.

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