GUERA UCRÂNIA E RÚSSIA

Rússia ataca instalações portuárias no sul da Ucrânia

Um dia depois de Moscou anunciar a suspensão de um acordo para a exportação de grãos ucranianos, Kiev acusou as forças russas de bombardear infraestrutura do porto de Odessa

Rodrigo Craveiro
postado em 19/07/2023 06:01
Mulher fotografa parte de míssil dentro de sua residência, na cidade de Odessa  -  (crédito: Oleksandr Gasimov/AFP)
Mulher fotografa parte de míssil dentro de sua residência, na cidade de Odessa - (crédito: Oleksandr Gasimov/AFP)

A Ucrânia acusou as forças russas de atacarem, durante a madrugada desta terça-feira (18/7), as instalações portuárias da cidade de Odessa, no sul da ex-república soviética. De acordo com o comando sul do Exército ucraniano, seis mísseis Kalbir foram lançados contra a infraestrutura civil no porto. Outros 21 drones de fabricação iraniana, que se aproximavam da região, teriam sido derrubados pela defesa antiaérea. "Infelizmente, os destroços dos mísseis abatidos e a onda expansiva da derrubada danificaram as infraestruturas portuárias e várias residências", afirmou o comunicado.

A ofensiva contra Odessa ocorreu horas depois de Moscou anunciar a suspensão de um acordo para a exportação de grãos ucranianos — o pacto permitiu o escoamento de 32t de cereais para 45 países. 

Especialista da Escola de Análise Política (em Kiev), Anton Suslov lembrou que, ainda que o Kremlin tenha relacionado os ataques de ontem a uma vingança pelo bombardeio à Ponte da Crimeia, "não há nada novo em ações contra a infraestrutura civil". "Felizmente, todos os mísseis foram derrubados", afirmou ao Correio. "Eu não acredito na versão do Ministério da Defesa russo de que eles alvejaram objetos militares. Os portos podem ter sido escolhidos por causa do desejo da Rússia de destruir a infraestrutura da Ucrânia associada à exportação de grãos."

Petro Burkovsky — analista da Fundação de Iniciativas Democráticas Ilko Kucheriv (em Kiev) — salientou que o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, atribuiu os ataques de ontem a uma represália contra a sabotagem na Ponte da Crimeia. "É mais provável que eles tenham como alvo o porto de Odessa, a fim de atrapalhar o corredor de gãos do Mar Negro", disse à reportagem. "Até agora, não há relatos de danos significativos, nem de grandes incêndios. Parece que os russos, uma vez mais, fracassaram em atingir seus objetivos."

Contraofensiva

O chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Mark Milley, garantiu que as forças de Kiev têm reservas "significativas" que não foram comprometidas, apesar de reconhecer a lenta progressão da contraofensiva. As tropas de Volodymyr Zelensky têm se deparado com posições russas reforçadas, que incluem minas, obstáculos para tanques, arame farpado e trincheiras. 

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