O que é 'skiplagging', prática que preocupa empresas aéreas

O skiplagging é conhecido como um truque para conseguir viajar mais barato - (crédito: Reprodução/Erik Odiin na Unsplash)

André Vinícius Pereira*

postado em 28/08/2023 20:56

A prática do "skiplagging" ou "destino omitido" tem se popularizado como uma forma alternativa de economizar no preço da passagem aérea. Funciona assim: o passageiro faz a compra de uma passagem com escala em algum local, que, para ele, seria o destino final. Ou seja, desembarca ali mesmo e não cumpre a viagem completa. O truque causa economia ao viajante porque passagens com escalas são mais baratas do que as de voo direto.

O exemplo prático da situação seria um passageiro que gostaria de ir de Brasília para São Paulo. Em vez de comprar um voo direto para São Paulo, ele compraria uma passagem com o destino para Fortaleza com escala na capital paulista. Dessa forma, o passageiro desembarcaria com a bagagem de mão e deixaria de continuar a viagem e economizaria.

Assim, a passagem aérea seria mais barata do que adquirir o bilhete direto. Atualmente, existem sites que ajudam o consumidor a desenterrar essas pechinchas para economizar em voos, mas é importante ressaltar que a prática não funciona caso o viajante queira viajar com bagagem despachada. Afinal, a bagagem é marcada para o destino final no bilhete.

Na cidade da Flórida um caso chamou a atenção, os agentes de uma companhia aérea cancelaram a passagem de um adolescente da Carolina do Norte depois de perceber que ele tinha usado o metodo de "skiplagging". O jovem voaria de Gainesville a Charlotte, na Carolina do Norte, sem seguir na segunda parte, rumo a Nova York por apenas US$ 150 economizando aproximadamente US$ 300 em relação ao que teria gastado comprando a passagem no voo direto para a cidade-escala.

Desde o fim da pandemia, período que causou grandes prejuízos às companhias aéreas, o valor da tarifa média da passagem sofreu um aumento. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o preço chegou aos R$ 644,50 em 2022. O preço do voo é determinado por diversos fatores, como preço do combustível e demanda e concorrência, não sendo só reflexo da distância a ser percorrida.

Prática controversa

A prática é desaprovada pelas companhias aéreas, sendo terminantemente proibida pelo contrato de transporte das empresas, que pune quem é pego cometendo o delito. As sanções podem anular as milhas do passageiro ou até mesmo um processo judicial contra a pessoa que está voando.

Isso ocorre porque as companhias aéreas não podem preencher um assento fisicamente vazio para um voo porque um "skiplagger" ausente deveria estar sentado lá. Atualmente, diversos contratos de transporte aéreo proíbem expressamente a prática de skiplagging.