Repressão

Pai de jovem iraniana morta por violar código de vestimenta é preso no Irã

Amini, uma curda iraniana de 22 anos, morreu em 16 de setembro de 2022 após ter sido detida por supostamente violar o código de vestimenta para mulheres

Os protestos perderam força após uma repressão que causou 551 mortes de manifestantes, segundo a organização Iran Human Rights (IHR), e mais de 22 mil detenções, segundo a Anistia Internacional -  (crédito:  AFP)
Os protestos perderam força após uma repressão que causou 551 mortes de manifestantes, segundo a organização Iran Human Rights (IHR), e mais de 22 mil detenções, segundo a Anistia Internacional - (crédito: AFP)
postado em 17/09/2023 06:00

Autoridades iranianas prenderam Amjad Amini, pai de Mahsa Amini, no sábado (16/9), data em que a morte da jovem completou um ano. De acordo com grupos de direitos humanos, a família foi impedida de realizar uma cerimônia em recordação pela data.

Amjad Amini foi detido quando saiu de casa em Saqez e libertado horas depois. No entanto, autoridades locais o alertaram para não celebrar uma homenagem no túmulo da filha.

Segundo a ONG Hengaw, o governo enviou forças de segurança adicionais para Saqez e outras cidades no oeste que poderiam tornar-se focos de conflito durante o fim de semana. De acordo com a entidade, "forças repressivas" estão posicionadas em torno da casa da família Amini em Saqez.

Amini, uma curda iraniana de 22 anos, morreu em 16 de setembro de 2022 após ter sido detida por supostamente violar o código de vestimenta para mulheres. Sua família afirma que ela morreu por um golpe na cabeça, mas as autoridades negam. A morte desencadeou uma onda de protestos por semanas nos quais muitas mulheres tiraram o véu islâmico em desafio à liderança do guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

Os protestos perderam força após uma repressão que causou 551 mortes de manifestantes, segundo a organização Iran Human Rights (IHR), e mais de 22 mil detenções, segundo a Anistia Internacional.

Os ativistas afirmam que a repressão se intensificou com a proximidade do aniversário, especialmente contra pessoas próximas às vítimas. A ONG Human Rights Watch indicou que familiares de ao menos 36 pessoas assassinadas ou executadas foram interrogados, detidos, perseguidos ou condenados à prisão no último mês.

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