Um dia depois de a Lok Sabha, câmara baixa do Parlamento indiano, aprovar a reserva de um terço dos assentos para mulheres, o primeiro-ministro Narendra Modi posou para foto ao lado das parlamentares. "Tive a honra de me reunir com nossas mulheres parlamentares dinâmicas, que estão absolutamente emocionadas com a passagem da Nari Shakti Vandan Adhiniyam", escreveu o premiê no X, o antigo Twitter, ao mencionar o nome original da lei. "É uma satisfação ver os portadores da mudança unirem-se para celebrar a própria legislação que defenderam", acrescentou.
- As soluções simples para não 'morrer de calor' na Índia
- Direitos das mulheres: atraso no Irã e avanço histórico na Índia
Segundo Modi, com a passagem da legislação, "a Índia está à beira de um futuro mais brilhante e mais inclusivo, com a Nari Shakti sendo o centro dessa transformação". Em entrevista ao Correio, Sanjay Hegde, advogado sênior designado pela Suprema Corte indiana e morador de Nova Délhi, comentou a importância da aprovação. "Nós somos uma sociedade patriarcal, e mulheres não têm sido representadas na partilha de poder. Reservar um terço dos assentos do Parlamento para mulheres pode, finalmente, garantir uma participação mínima no poder", explicou.
De acordo com Hegde, em termos práticos, a legislação garantirá que mais mulheres sejam eleitas e, portanto, estejam disponíveis para cargos ministeriais. "Os partidos políticos serão obrigados a desenvolver mulheres líderes. No entanto, devo salientar que tivemos uma primeira-ministra muito forte, Indira Gandhi (1966-1977 e 1980-1984), mesmo sem reservas. De qualquer forma, ela vinha de uma família de políticos", lembrou o indiano. "O que a reserva pode acabar fazendo é a criação de mais famílias políticas. Um parlamentar com forte base eleitoral em um distrito eleitoral poderá apenas nomear uma mulher de sua família, caso sua cadeira fique reservada para mulheres."
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br