Questão de gênero

Índia: premiê celebra reserva de assentos para mulheres no Parlamento

Narendra Modi destaca que a aprovação da lei que garante 33% de cadeiras para mulheres no Lok Sabha indica uma transformação na política indiana. Advogado de Nova Délhi comenta mudança

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em foto com as legisladoras:
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em foto com as legisladoras: "futuro inclusivo e mais brilhante" - (crédito: Narendra Modi/X)
postado em 22/09/2023 00:09 / atualizado em 22/09/2023 00:11

Um dia depois de a Lok Sabha, câmara baixa do Parlamento indiano, aprovar a reserva de um terço dos assentos para mulheres, o primeiro-ministro Narendra Modi posou para foto ao lado das parlamentares. "Tive a honra de me reunir com nossas mulheres parlamentares dinâmicas, que estão absolutamente emocionadas com a passagem da Nari Shakti Vandan Adhiniyam", escreveu o premiê no X, o antigo Twitter, ao mencionar o nome original da lei. "É uma satisfação ver os portadores da mudança unirem-se para celebrar a própria legislação que defenderam", acrescentou.

Segundo Modi, com a passagem da legislação, "a Índia está à beira de um futuro mais brilhante e mais inclusivo, com a Nari Shakti sendo o centro dessa transformação". Em entrevista ao Correio, Sanjay Hegde, advogado sênior designado pela Suprema Corte indiana e morador de Nova Délhi, comentou a importância da aprovação. "Nós somos uma sociedade patriarcal, e mulheres não têm sido representadas na partilha de poder. Reservar um terço dos assentos do Parlamento para mulheres pode, finalmente, garantir uma participação mínima no poder", explicou. 

Sanjay Hegde, advogado sênior designado pela Suprema Corte indiana
Sanjay Hegde, advogado sênior designado pela Suprema Corte indiana (foto: Arquivo pessoal )

De acordo com Hegde, em termos práticos, a legislação garantirá que mais mulheres sejam eleitas e, portanto, estejam disponíveis para cargos ministeriais. "Os partidos políticos serão obrigados a desenvolver mulheres líderes. No entanto, devo salientar que tivemos uma primeira-ministra muito forte, Indira Gandhi (1966-1977 e 1980-1984), mesmo sem reservas. De qualquer forma, ela vinha de uma família de políticos", lembrou o indiano. "O que a reserva pode acabar fazendo é a criação de mais famílias políticas. Um parlamentar com forte base eleitoral em um distrito eleitoral poderá apenas nomear uma mulher de sua família, caso sua cadeira fique reservada para mulheres."

 

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