GUERRA

Hamas libera mais duas reféns, diz Cruz Vermelha

A Cruz Vermelha informou que ajudou a facilitar a liberação das reféns e auxiliou no transporte delas para fora de Gaza.

A mídia israelense divulgou que as mulheres liberadas nesta segunda são Nurit Cooper (à esquerda) e Yocheved Lifshitz -  (crédito: Reuters)
A mídia israelense divulgou que as mulheres liberadas nesta segunda são Nurit Cooper (à esquerda) e Yocheved Lifshitz - (crédito: Reuters)
BBC
BBC Geral
postado em 23/10/2023 19:02 / atualizado em 23/10/2023 21:41

Duas mulheres que eram mantidas reféns pelo Hamas foram liberadas nesta segunda-feira (23/10), informou a Cruz Vermelha. A informação foi confirmada pela CBS, parceira da BBC nos Estados Unidos.

Segundo um funcionário do governo israelense, os nomes das reféns são Nurit Cooper, de 79 anos, e Yocheved Lifshitz, 85.

A Cruz Vermelha informou que ajudou a facilitar a liberação das reféns e auxiliou no transporte delas para fora de Gaza nesta noite.

Em uma publicação no X (antigo Twitter), a entidade informou que o seu "papel como intermediário neutro torna este trabalho possível e estamos prontos para facilitar qualquer libertação futura".

"Esperamos que elas voltem em breve a estar com seus entes queridos."

Em nota, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou que as duas mulheres liberadas foram levadas por autoridades israelenses a um hospital em Israel, que foi organizado para recebê-las. "Seus familiares esperam por elas lá", diz o comunicado.

Ainda segundo o governo israelense, os idosos Amiram, marido de Cooper, de 85 anos, e Oded, o marido de Lifshitz, de 83 anos, que foram sequestrados junto com elas, permanecem entre os reféns do Hamas.

Na nota, o governo israelense agradece ao Egito e à Cruz Vermelha pelo apoio na negociação.

"O governo de Israel, as IDF (Forças de Defesa de Israel) e todo o sistema de segurança continuarão operando com o melhor de suas habilidades e esforços para localizar todos os desaparecidos e devolver todos os sequestrados para casa", diz o comunicado.

Quatro reféns liberadas

Até agora, já são quatro reféns liberadas pelo Hamas desde os ataques de 7 de outubro.

Duas americanas – Judith Raanan e a sua filha Natalie Raanan – foram libertadas na sexta-feira (20/10) pelo Hamas depois de terem sido feitas reféns no Kibutz Nahal Oz, no sul de Israel, há duas semanas.

Os militares israelenses apontam que atualmente há cerca de 220 pessoas sendo feitas reféns pelo Hamas, após o ataque surpresa de 7 de outubro.

As Forças de Defesa de Israel notificaram alguns familiares de que os seus entes queridos são mantidos reféns, enquanto em outros casos os parentes acreditam que a pessoa foi levada como refém por ainda estar desaparecida.

O Hamas disse que escondeu os reféns em "locais e túneis seguros" dentro de Gaza.

Ajuda do Catar e do Egito

A libertação das duas idosas nesta segunda-feira ocorreu após mediação do Catar e do Egito, assim como no caso de mãe e filha liberadas pelo Hamas na última sexta-feira.

"A forma como provavelmente está funcionando é que grande parte da liderança política do Hamas está no Qatar, onde têm residência e escritórios. Assim, os catarianos podem falar diretamente com eles e talvez até tenham um canal de comunicação com a ala militar", escreveu o editor da BBC em Jerusalém, Jeremy Bowen.

"É importante lembrar que a ala militar e a ala política do Hamas podem ser organizações bastante separadas, não se tratando de uma organização unida com uma hierarquia", acrescentou Bowen.

'Batalha de relações públicas'

No sábado, Abu Obeida, porta-voz do braço militar do Hamas, disse que o grupo queria libertar dois reféns idosos, mas alegou que Israel havia se recusado a aceitá-los.

Israel logo classificou a informação como mentirosa. Logo após liberar as reféns, o Hamas fez a mesma afirmação.

"O inimigo tem se recusado desde sexta-feira a recebê-las", afirmou, "por isso decidimos libertá-las por razões humanitárias e de saúde".

Para o correspondente da BBC News em Jerusalém, Paul Adams, nada do que o Hamas diga sobre os reféns deve ser levado ao pé da letra.

"É claro que o grupo tenta vencer uma batalha de relações públicas sobre o destino dos reféns, e talvez com o objetivo de semear dúvidas nas mentes dos israelitas, sugerindo que o seu governo não tem feito tudo o que está ao seu alcance para garantir a sua libertação", escreveu Adams.

Com mais de 200 reféns israelenses e estrangeiros ainda detidos em Gaza, essa batalha de relações públicas está apenas começando, apontou o correspondente da BBC.

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