Relações diplomáticas

Venezuela e Paraguai restabelecem relações diplomáticas após ruptura

O restabelecimento das relações se dá após a recente eleição, em agosto, de Santiago Peña como presidente do Paraguai

A acreditação dos embaixadores dos dois países ocorrerá "nos próximos dias" -  (crédito: Yuri Cortez/AFP)
A acreditação dos embaixadores dos dois países ocorrerá "nos próximos dias" - (crédito: Yuri Cortez/AFP)
Agência France-Presse
postado em 15/11/2023 16:59

Venezuela e Paraguai concordaram em restabelecer as relações diplomáticas e consulares, após uma pausa de quatro anos, quando o governo do então presidente Mario Abdo Benítez questionou a reeleição de Nicolás Maduro, anunciaram ambas as partes em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (15). 

"Depois de conversas entre os presidentes Nicolás Maduro e Santiago Peña, ambos os mandatários decidiram restabelecer as relações diplomáticas e consulares entre ambas as nações", conforme nota divulgada pelos respectivos Ministérios das Relações Exteriores.

A acreditação dos embaixadores dos dois países ocorrerá "nos próximos dias". 

O restabelecimento das relações se dá após a recente eleição, em agosto, de Santiago Peña como presidente do Paraguai. 

"Ambas as partes se comprometeram a reiniciar as relações bilaterais com total respeito pelos princípios fundamentais da igualdade de direitos, da autodeterminação dos povos, da não ingerência nos assuntos internos de outros Estados e da solidariedade", acrescenta o texto. 

O Paraguai rompeu relações com a Venezuela em janeiro de 2019, ao rejeitar a reeleição do presidente Nicolás Maduro, em um momento em que a maioria dos países latino-americanos, assim como Estados Unidos e União Europeia, diziam não reconhecer a validade das eleições em que ele foi reeleito. 

A embaixada do Paraguai foi fechada em Caracas em decorrência da medida. 

Além de considerar a reeleição de Maduro resultado de um processo "ilegítimo", Abdo Benítez deu seu apoio e reconhecimento ao oposicionista Juan Guaidó. Em uma estratégia para tentar derrubar Maduro, este último se autoproclamou "presidente interino" com o apoio do Parlamento, então dominado pela oposição. 

Quatro anos depois, e após o fracasso da estratégia da oposição, a figura de "presidente interino" assumida por Guaidó desapareceu por acordo do mesmo grupo de oposição que o apoiou. 

Na "nova etapa de renovado relançamento", Maduro e Peña convergem em seu "interesse em promover a boa convivência" entre os dois países para permitir "consolidar as boas relações entre os Estados e preservar a amizade natural e a solidariedade entre os nossos povos".

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