O Parlamento dinamarquês adotou, nesta quinta-feira (7/12), uma lei que o proíbe o "tratamento inapropriado" dos textos que têm um significado religioso importante, após a queima de exemplares do Alcorão que provocaram tensões em vários países de maioria muçulmana nesse verão (norte, inverno no Brasil).
Após um debate de quase quatro horas, o texto foi adotado na terceira leitura por 94 dos 179 membros do Parlamento dinamarquês.
A partir de agora estará proibido queimar, profanar ou pisar publicamente em textos religiosos ou divulgar imagens de profanação. Também estará proibido rasgá-los, cortá-los ou esfaqueá-los.
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O infrator pode enfrentar até dois anos de prisão.
Para o governo dinamarquês, cujos representantes não intervieram durante o debate parlamentar, o principal objetivo é proteger os interesses e a segurança nacional do país escandinavo.
Recentemente, a Dinamarca e sua vizinha Suécia foram alvo de críticas de países muçulmanos.
No Iraque, por exemplo, centenas de manifestantes que apoiavam o influente líder religioso Moqtada Sadr tentaram marchar até a embaixada dinamarquesa em Bagdá no final de julho.
Após esses distúrbios, o reino endureceu por um tempo seus controles fronteiriços, antes de voltar à normalidade em 22 de agosto.
Entre 21 de julho e 24 de outubro de 2023, foram registradas 483 queimas de exemplares do Alcorão ou bandeiras, segundo números da polícia nacional, que não especificam de quais países são.
A Dinamarca não é o único país europeu que proíbe a queima de exemplares do Alcorão.
Segundo o ministério da Justiça dinamarquês, oito países europeus a proíbem: Alemanha, Áustria, Bélgica, Estônia, Finlândia, Itália, Polônia e Romênia.
Na Grécia, por exemplo, a queima de um texto sagrado pode ser proibida se o ato ocorrer em um templo religioso ou perto dele.
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